Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sábado, 18 de março de 2023

Rua da Costanilha - Miranda do Douro

Rua da Costanilha - Miranda do Douro

 

Saudosa rua da Costanilha

Das quatro esquinas centrais

Onde se reunia a *matilha

Pra conversar dos demais

 

Como nos arcos da praça

Debaixo dos temporais.

Tudo tinha a sua graça

Até mesmo, nos cabanais

 

Outras vezes nas adegas

Tomando uns copos de vinho

Quando não, lá nas bodegas

Com um naco de toucinho

 

Eram de grande a alegria

As nossas conversações

Quando terminava o dia

Fazíamos nossos serões

 

Caminhando até à terronha

Ou até, atrás do castelo

Numa conversa bisonha

Nosso mundo era singelo

 

Passeando nas muralhas

Ou mesmo no adro da sé

Ouvir o grasnar das gralhas

Depois de tomar um café

 

Passear pelas arribas

Vendo o Douro sinuoso

Entre alecrins e urtigas

Corria o tempo ditoso

 

Lá não existia maldade

Éramos todos amigos

Feliz, nossa mocidade

Hoje, são tempos antigos

 

Não havia televisão

Internet, nem pensar

Mas não nos faltava pão

Nem estórias pra contar

 

Era o rádio o portador

Das notícias populares

Um telefone ao dispor

De manivela singular

 

No dia da consoada

Saíamos igual mateiros

Pegar a lenha cortada

Para acender a fogueira

 

Os carros de boi chiando

Sob o peso da carrada

A malta toda gritando

Não tinha medo de nada

 

Tempos que não voltam mais

A vida era diferente

Hoje internet e outros mais

Tomam o tempo da gente

 

A cidade era pacata

Não havia desavenças

Se alguma alma era ingrata

Acertava as diferenças

 

              *fig. Malta

 

São Paulo, 17/09/2013 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

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