Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sábado, 18 de março de 2023

PILATOS !

PILATOS !


Como Pilatos que as mãos lavando desce
De soberbos aposentos ao átrio
Ao julgar o estranho se compadece....
Negando a sentença no solo pátrio.

Assim, da opinião de todos fez verdade
Porque seu conselho agora desfalece
Ante a ira, negras fúrias, tempestade
Dos algozes, das injúrias, o feito cresce!

Mais lhe convinha a natural fidelidade
Dos romanos e dos judeus por igualdade.
Absolver o inocente é deslealdade
Assim, lavou as mãos... por caridade,

Para o furor de seu povo acalmar
E não sentir-se desonrado com seu feito
Suas mãos lavou num gesto singular
Sem proferir a sentença de direito

Omissão que nega a fé e o amor à arte
Nenhum respeito, só fraqueza demonstrou
Tendo sido comentado em toda a parte
Tão voraz como a turba que o acusou

Num julgamento, deitadas suas sortes
Mandou soltar, por Cristo, o Barrabás
As ondas da maldade foram mais fortes
Que sua vontade firme e *patamaz.

Enquanto no mundo as mãos se lavarem
Lavando com elas as nossas consciências
Será Ele imolado e soltos os párias
Levando ao errado a nossa indulgência.
Pilatos lavou as mãos mas deixou o Cristo
Ser trocado por Barrabás o malfeitor
Procedimento indouto e característico
De quem foi complacente com o pior.
                                        * idiota
São Paulo, 06/11 2004 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

 

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