Síntese
da história secular de
Miranda
do Douro
Os
encantos de minha terra, cantei em verso
Antes
de vê-la, pelos atrativos modificada
Miranda
do Douro, minha cidade-berço
Ao
ver-te, minha alma, ficou emocionada
Na
parte mais antiga e histórica
Guardas
relíquias de inestimável apreço
Tua
Sé, faz inveja pela sumptuosidade
As
muralhas, mostram nobreza, teu adereço
Vou
contar-vos um pouco de sua história
Na
reconquista cristã, da península Ibérica
Em
oitocentos e cinquenta e sete, tropas com glória
Do
rei Afonso d’Astúrias chegam ao Douro
No
ano de mil e noventa e três, os limites
Orientais
de Galiza, já incluíam Miranda,
Cujo
condado portucalense, acredite
Era
governado sucessivamente na ciranda
Pelo
conde Dom Henrique, a condessa Teresa,
E
o filho do casal, Dom Afonso Henriques.
À
época Miranda, tinha castelo, como defesa
Para
protegê-la contra todos os despiques
Assim,
ante a tomada do condado Portucal
Por
Dom Afonso Henriques ao reino de Leão
A
quem deviam vassalagem. Pôs um ponto final
Reafirmou-se
independente, proclamou-se Rei
Para
manter os limites com o reino de Leão
E,
pra que a localização estratégica, não mele
Mandou
restaurar o castelo, face à *abjunção
Dos
Reinos de Leão e de Castela, contra ele
Continuo
falando, de sua importância secular
Em
mil, duzentos e oitenta e seis, Dom Dinis
Elevou-a
à categoria de Vila para aumentar
Ainda
mais os privilégios, e assim o quis,
Na
condição de nunca sair da coroa Portuguesa
Tornando-a,
assim, a mais progressiva vila
E
importante de Trás os Montes, na defesa
Porque
o jovem país, independente, inda vacila.
Após,
já sob o reinado de Dom Manuel I,
A
vila, em razão da paz com os castelhanos,
Teve
grande prosperidade, saiu do rotineiro
Tornando-se
um grande centro entre irmanos.
Em
maio de mil quinhentos e quarenta e cinco,
Por
bula do papa, passou a ser a primeira diocese
De
Trás-os-Montes. E aos dez de julho, com afinco
É elevada
à categoria de cidade por Dom João III.
Ocasião
em que Miranda passou a ser a Capital
De
Trás-os-Montes, com sede e residência de bispado
Autoridades
militares e civis, com adicional
Do
séquito necessário acompanhado.
Após, no ano de mil, seiscentos e quarenta
Teve
início a guerra da restauração
Cuja
luta, seis anos após, se pacienta,
E
é libertada do cerco imposto na ação,
Liderada
pelo Governador da Província.
Na
guerra da sucessão Espanhola
A
guarnição foi aprisionada não por **acracia
Aos
oito de julho de mil setecentos e dez
Quando
o sargento-mor, por seiscentos dobrões
Perpetrou
a traição de entregá-la aos espanhóis.
No
ano seguinte, as tropas do conde de Atalaia
Recuperam
a cidade e os aprisionam depois
Mais
tarde, no contexto da guerra dos sete anos
Novo
cerco imposto a Miranda por tropas espanholas
Mil
e quinhentas arrobas de pólvora causaram danos
De
nada valendo a denodada resistência, nem a bitola
Das
muralhas do seu castelo, que em parte ruiu
Em
razão da tremenda explosão que o devastou
Embora
nunca tenha sido apontado quem traiu
Os
historiadores falam no Governador Militar
Na
catástrofe pereceram quatrocentas pessoas
Levando
a cidade à quase ruína demográfica
No
ano seguinte, recuperada, voltou às boas
Assinando
a paz em mil setecentos e sessenta e três
Assim,
face ao lamentável fato acontecido
Decorridos
dois anos; o vigésimo terceiro bispo
Abandona
a cidade, trocando-a por Bragança
Deixando
Miranda, na situação do Cristo !
Meio
século mais tarde, na Guerra Peninsular
Miranda
mais uma vez estaria de prontidão
Alvo
das tropas napoleônicas a avançar
O
que lhe causaria mais uma agravação.
Somente,
no século vinte, a cidade voltaria
A
retomar a pujança, alento, viço e vigor
Com
a construção das barragens, ***acéquias
De
Picote e Miranda, a cidade, é um primor.
Se
um dia perdido, sem caminho quiser
Belezas
mil, ver, apreciar e desfrutar
Vai
a Miranda, e seus encantos confere
E seu
centro histórico, poderás admirar
A
cidade que viveu momentos apoteóticos
Sofreu
duros revezes em seu destino
Na
antiga entrada, um arco em forma gótica
Circundada
por dois torreões, formam o trino
Hoje,
é feliz, como quem por lá passeia
Sua
gente tem muito orgulho e altivez
Seja
a residente da cidade, ou da aldeia
Mormente,
por ser um cidadão Mirandês !
*separação
**
ausência de governo
***represa
de águas
São
Paulo, 03/09/2014 (data da criação)
Armando
A. C. Garcia
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