O aumento do IPTU decreta o fim da propriedade privada
Cruz, credo, barbaridade
Se o IPTU da cidade
Disparar lá nas alturas
É a inflação das ditaduras
Nosso povo tão sofrido
Pelo salário reduzido
Em razão da deflação
Assim, o diz a União
Como é que ele vai pagar
Um imposto de amargar
Que seu Prefeito, imperfeito
Sem pejo e sem respeito
Quer o imóvel tributar
Como querendo acabar
Com a propriedade privada
Face à cobrança abusada
Afinal sem inflação
Inquiro o Chefe da Nação
Se não está enganada
A lei, se sancionada
Não tem edilidade
P´ra defender a cidade
Onde ela está no momento
P’ra tirar do sofrimento
O povo humilde, coitado
Que sendo assim espoliado
Perderá seu patrimônio
Se não estourar o neurônio
Se o povo ficar calado
Contra o abuso projetado
Com esse absurdo aumento
Vai transferir sem documento
Para a Municipalidade
Seu sonho. A propriedade
Que a duras penas ergueu
Não paga. Perde o que é seu
Minha gente Paulistana
Não deixes a caninana
O seu bote levantar
O veneno, pode matar
A inexorável ruína
Está na idéia libertina
À qual não poderás fugir
Se deixas o imposto subir
Ó gente da minha terra
Eu não quero fazer guerra
Apenas vos alertar
É triste ver-vos chorar
Aceitai o meu conselho
Olhai o rosto no espelho
Vereis que o tempo passou
E a inflação não voltou
Ao contrário o que se deve
É descontar de quem teve
Como feira a sua rua
Ou zona azul que o autua
Como então pode o Prefeito
Querer aumentar a seu jeito
Nosso imposto predial
Que o diz de forma gradual
Patrimônio de uma vida
De privações e sofrida
Nas agruras, no trabalho
Quer tirar nosso agasalho
Se a inflação não surgir,
Os aumentos que hão de vir
Por mais que os julgue legais
Os tenho por ilegais
A isto, pode-se chamar
Sem ter medo de errar
De um comunismo branco
Onde a casa, vai no tranco
Pois ninguém poderá pagar
Tão desproporcional aumento
Este é o meu intento
Minha forma de alertar !
São Paulo, 22/10/2009 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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