A
MINHA TERRA ... (O número 2
Rio Douro em Miranda do Douro - é
fantástico
Minha terra tem giestas floridas.
Rudes pinhais e frondosos castanheiros,
Onde vegetam trigais, À sombra dos sobreiros
E, crescem o alecrim, e as margaridas.
Tem searas, que parecem espigas de ouro,
Serpenteadas como as ondas do mar.
Quando o vento sopra, então faz lembrar
Suas estradas, e o leito do rio Douro.
Tem o folclore em trajes de cores garridas.
Tem os cantares e a alegria das vindimas.
Os dialetos e as desgarradas em rimas
E, o rubor das moçoilas atrevidas!
Minha terra, tem os fadista de raça.
Amendoeiras floridas, oh! que beleza!
Como se por capricho a natureza
Quisesse, dar a Portugal tanta graça.
Tem zimbros, tem carrascos e fragas nuas.
Neve nas serras, no azul, a imensidade,
Na minha terra, mora minha saudade
Que, à noite em sonho perambula pelas ruas.
Na minha terra o branco do luar é mais branco.
As gotas do orvalho são frias geladas...
As terras ficam secas, e empedradas
Quando, as geadas brancas, cobrem o campo.
Minha terra, tem outeiros e castelos,
Tem penedos rendilhados e arribas,
Tem poetas, toureiros e escribas,
Tem heróis, tem santos e tem vitelos...
São Paulo 17/05/64
Armando A. C. Garcia
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