A Última Cartada
Já cantam os galos, madrugada é alta
A luz no seu quarto contínua acesa
E na sala o candeeiro sobre a mesa
Espera apagarem as luzes da ribalta
A noite caí. E no silêncio profundo
Aumenta o seu desespero a sua dor.
Na espera interminável do seu amor...
Do próprio companheiro deste mundo.
Que no cassino àquela hora, embriagado
Já perdeu até o último vintém.
E para última arriscada põe, também,
Em jogo, o apartamento mobiliado.
Pois na magia das cartas trapaceiras
Perdeu tudo, naquele jogo foi lesado
Deixando todo seu lar prejudicado
A troco de infamantes bebedeiras.
S.P. 1964
Armando A. C. Garcia
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