Eu quero ver !
Eu
quero ver, as folhas das árvores mortas
Cair
em noites procelosas, absortas,
Rolando
em vendavais de vento e lama,
E,
eu quero ver, qual é a folha que clama.
Eu
quero ver, os lírios brancos tombarem
Rosas
viçosas, nas roseiras secarem...
E
as meigas avezinhas passar fome,
Pra
saber a quem o desespero consome.
Eu
quero ver, e sentir a dor cruciante,
Sem
gemer, ou suspirar um só instante,
Ver
as saudades na hora de partir,
E
sentir a prece, na hora de dormir.
Eu quero ver, e vislumbrar no
além
O
que não enxergo, deste lado do aquém,
E
descortinar a torpe fantasia
Que
cobre histriões, cheios de hipocrisia !
Eu quero ver, quem não protesta
e insulta
Dentro
dessa gente sabida e inculta,
Face
à vontade, agora esclarecida
Que
tem sido, por todo sempre combatida.
Eu
quero ver, a reação desumana
De
incultos e letrados em caravana,
Sem
olhar a causa vera e principal,
Julgarem
como coisa acidental.
Eu
quero ver, para depois, também ver!
E
ao julgar sua própria causa, queria ser,
Não
Juiz de Toga, ou de batina preta,
Queria
só ver, se sua consciência é reta.
São Paulo, 02/08/1964 (data
da criação)
Armando A C. Garcia
No Facebook ou Visite
meus blogs:
http://brisadapoesia.blogspot.com
http://criancaspoesias.blogspot.com
http://preludiodesonetos.blogspot.com
Mantendo a autoria do poema –
Pode compartilhar
Nenhum comentário:
Postar um comentário