Bezerro de Ouro !...
Criaram
um Deus, a seu jeito e modo
De
barro e gesso foi feito o engodo
Moldado,
e temperado a bel prazer
Que
Deus saiu da olaria sem saber !
Pregando
duas tábuas, fizeram uma cruz
Criando
mais um Cristo! Um Deus, Jesus !
Que
sabiamente explorado, o povo engana
Nas
almas humildes, ode a fé emana.
E
como Ele era só, naquele templo grande
Fizeram
Maria para sua companheira
Uma
vez que não há rosas, sem roseira,
Também
fizeram Santos, em número grande.
Concluída
que estava toda a pantomina
Para
explorar a Deus e a crendice humana
Faltava
só agora a figura ufana
Cheia
de apoteose, o Papa de batina.
Feito
tudo isso, com mestria e sabedoria
E
para evitar falhas de etnografia,
Recorreram
ao latim “Pro domo sua”
Escondendo
dele a verdade, nua e crua.
“Santa
simplicitas” a de nossas ovelhas
Que
não sabem onde se assentam as orelhas
E
desconhecem que há miríades de anos
“Pura
Deus, non plenas aspicit manus”.
Amai
Jesus Cristo verdadeiramente,
Com
o coração cheio de alegria
Ablatai
a alma ao filho de Maria
Para
terdes a felicidade eternamente.
Amai
a Deus e ao Cristo redivivo
Em
espírito sem essas fantasias,
Para
não viverem num mundo de utopias,
Amai
o verdadeiro Cristo, que vos digo1
São Paulo, 27/04/1964 (data da
criação)
Armando A. C. Garcia
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