A MINHA TERRA
(23 Poesias)
Minha terra tem giestas floridas.
Rudes pinhais e frondosos castanheiros,
Onde vegetam trigais, À sombra dos sobreiros
E, crescem o alecrim, e as margaridas.
Tem searas, que parecem espigas de ouro,
Serpenteadas como as ondas do mar.
Quando o vento sopra, então faz lembrar
Suas estradas, e o leito do rio Douro.
Tem o folclore em trajes de cores garridas.
Tem os cantares e a alegria das vindimas.
Os dialetos e as desgarradas em rimas
E, o rubor das moçoilas atrevidas!
Minha terra, tem os fadista de raça.
Amendoeiras floridas, oh! que beleza!
Como se por capricho a natureza
Quisesse, dar a Portugal tanta graça.
Tem zimbros, tem carrascos e fragas nuas.
Neve nas serras, no azul, a imensidade,
Na minha terra, mora minha saudade
Que, à noite em sonho perambula pelas ruas.
Na minha terra o branco do luar é mais branco.
As gotas do orvalho são frias geladas...
As terras ficam secas, e empedradas
Quando, as geadas brancas, cobrem o campo.
Minha terra, tem outeiros e castelos,
Tem penedos rendilhados e arribas,
Tem poetas, toureiros e escribas,
Tem heróis, tem santos e o 2 nos penedos...
São Paulo 17/05/64 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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A Mó da Azenha
Homem pacato o moleiro
Afeito ao gingar da água
Tira o trigo do celeiro
Coloca na roda d’água
Tange a água a mó da azenha
Daqui se ouve o clamor
Tritura o grão e se empenha
Na farinha da melhor
Homem pacato o moleiro
Afeito ao gingar da água
Tira o trigo do celeiro
Coloca na roda d’água
A água sempre correndo
Transforma grãos em farinha
O moleiro vai moendo
Para entregar à noitinha
E no caminho da azenha
Tange a mula carregada
É mula, não fica prenha
Mas chega ao topo cansada
Diariamente o moleiro
Faz o trajeto sem fim
Tirando o pão do celeiro
Moendo o trigo e afim
Polvilhados de farinha
O moleiro e sua mula
Pelas arribas caminha
Sem descansar a medula
Cumpre assim sua missão
Grão a grão ele vai moendo
Para que não falte o pão
Sobe as arribas correndo
A azenha é seu tesouro
Seu mundo, sua missão
Corre água no rio Douro
E amor no seu coração
São Paulo, 12/08/2009 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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A NEVE
Oh! Que saudade me traz
Ver a neve branca e pura
Ver os telhados das casas
Cobertos daquela alvura
De manhã abrir a vidraça
Ver tudo da cor do linho
Logo cedo se alguém passa
Deixas marcas no caminho
Bailam os flocos no ar
Caindo devagarzinho
São pétalas a alcatifar
As veredas e os caminhos
Vê-la cair lentamente
Com flocos em remoinho
Ela cai tão sutilmente
Que toca o chão de mansinho
É uma dádiva dos céus
Alcatifando a terra
Um colírio aos olhos meus
É uma benção na serra
Parece um manto de leite
Cobrindo a terra devassa
Sua beleza é um deleite.
A chaminé, já esfumaça !
São Paulo, 19/02/2010
(data da criação)
Armando A. C. Garcia
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A terra onde nasci.
Miranda do
Douro
A terra onde nasci,
tem céu azul-celeste
Com estrelas
dependuradas no zimbório
E tem na rigidez duma
terra agreste,
A imaginação dum
templo evocatório.
Hoje, tem gente nova
que desconheço
Com heterogeneidade
de padrões
Mas todos eles,
merecem o meu apreço
Mesmo que sejam
diferentes as deflexões
Minha Miranda, foste
a última atalaia
Fazes divisa natural
com a Espanha
Defendeste nosso país
na azagaia
- Demonstrando o
vigor de tal façanha.
O rio Douro,
serpenteia tua terra
Terras do querido e
amado Portugal
O teu castelo e Sé;
superou a guerra
Hoje, orgulho do
patrimônio nacional.
As belezas naturais
que tu encerras,
Transformam meu amor
em saudade.
- Onde vivo, tem
imensidão de terras
Mas nenhuma, se
iguala à tua majestade !
São Paulo, 12/07/2015
(data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Hino a MIRANDA DO
DOURO
Miranda, nobre
cidade
Cheia de brilho
e grandeza
Data cinco
séculos de idade
Com foros de
realeza
No passado. Da Província,
foste a sede e
Capital
Como Fênix
renascida
Voltarás a ser
igual
Se outrora
foste pujança
Dos reinos de
Portugal
Teu carisma é
esperança
Que o sonho
seja real
És cidade
milenar
Tens aqueduto
romano
Com fonte p’ra
desaguar.
Há época, não
tinha cano.
Nos tempos de
Dom Afonso,
Henriques por
sobre nome
Viu não
precisar responso
Pela
estratégia; o renome.
Miranda tens
tradição
Desde tempos
seculares
Foste esteio da
nação
De lutas ímpias
sem pares
Se Dom Fernando
I
Moeda mandou
cunhar
Pondo o M no
dinheiro
Em Miranda a
circular
O folclore de
tua terra
Percorreu o
mundo inteiro
Do Japão à
Inglaterra
Conhecem o
pauliteiro
São Paulo,
15/04/2008 (data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Menino Jesus da
Cartolinha
Menino Jesus da Cartolinha
Tu és esperança que caminha
E no mundo outro não há
A glória eterna, em Ti está
Tu, como eu, és Mirandês
Nem na Europa, nem por cá
Outro igual a ti, não há
Nem no mundo Português
Conta a lenda que sitiada
Já a cidade se rendia
Na guerra da restauração
Isolada, sem salvação
Quando uma pequena criança
Conclamando à esperança
Chapéu de palha trajando
Nas ruas surgiu gritando
Com o ato de bravura
Da singela criatura
O povo inteiro se armou
De foice, enxada e varapau
Uns de forquilha e cutelos
Armadas até’os cotovelos
As tropas incentivaram
E os espanhóis derrotaram
Com a luta finalizada
E a cidade libertada,
O menino foi procurado
Para ser homenageado
Porém, não foi encontrado
De porta em porta buscado
Ninguém soube dele dizer
Aí, que o povo foi crer
Tratar-se de um ser divino
Ser Jesus quando menino
Que o milagre realizou
E assim, a cidade salvou
A lenda, ainda porfia.
Que na batalha desse dia
Um oficial pereceu
E a noiva que o perdeu
Resolveu mandar fazer,
Pasme se lhe aprouver
Um uniforme militar
Para a imagem trajar
Condecorou o seu peito
Com medalhas pelo feito
Colocou espada à cintura
E a nobre criatura
Como manda o figurino
Sem cartola que cretino
Mandou–lha confeccionar
E trajado o pôs no altar
Vejam só o que o destino
Fez aquele pobre menino
Que se arvorou em salvar
A cidade secular
Veja nesta ilustração
Seja verídica ou não
O incentivo o que é
E o poder que tem a Fé !
São Paulo, 21/09/2009 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Meu Natal em Portugal
Eis-me aqui, novamente,
No meu querido Portugal,
Onde vim passar o Natal,
Com meu irmão, minha gente.
Já não estou habituado
Ao frio que aqui faz
Mas o frio é superado
Pela emoção que me traz.
Porto,
27/12/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Meu Portugal
Meu Portugal pequenino
Gigante por natureza
Tiveste tu, por destino
Levar ao mundo a proeza
De descobrir novos mundos
Façanha de alto valor
Naturalmente oriundo
Dum povo navegador
Intrépido e destemido
Audacioso e valente
Que não se dá por vencido
Nem no bote da serpente
Pequeninas caravelas
Na imensidade do mar
Desfraldaram suas velas
Começaram a navegar
Embaladas pela espuma
Ou pela procela do mar
Não tinham rota alguma
No caminho a explorar
Cruzaram ondas sem fim
A graça de Deus, deu poder
E, este pequeno jardim,
Começou a florescer
Foste a glória de um povo
E, ainda hoje, tu o és
O mundo se agita de novo
Quando vê um português.
O folclore de tua
terra
Percorreu o mundo
inteiro
Do Japão à Inglaterra
Conhecem o Pauliteiro
31/03/2012 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Meu
Trás-os-Montes
Numa tarde de
silêncio e calmaria
Mal buliam as
folhas dos olivais
Ao sol
abrasador do meio-dia
Num ouro fulvo,
ondeavam trigais
Os sobreiros
quietos e sossegados
Dão pequenas
sombras aos trigais,
Nessa paisagem,
de amarelos dourados
Rapazes e
raparigas fazem arraiais,
Tudo é casto e
sedutor nessa miragem
Mais parecendo
a tela de um pintor !
- Esta terra
agreste, dura, e de coragem
Faz parte do
folclore de minha terra,
- Onde é a gaita de
fole, quem nos convida,
A ceifar o
nosso trigo, ao pé da serra !
São Paulo 14/02/2017
(data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Miranda - Minha Terra
Minha terra é um
encanto
Um pedacinho do céu
Portugal, te amo
tanto,
Meu coração é só teu
!
Minha terra, minha
terra,
Quantas saudades eu
tive
Por tudo que ela
encerra
Pela tempo que cá
estive.
Miranda, tu és o
ouro,
O Douro corre a teus
pés
Miranda. És um
tesouro,
Orgulho do Mirandês.
Quem me dera ó
Miranda
Tornar a morar aqui,
No destino, ninguém
manda
Premissa que conclui.
Rever-te agora,
novamente
É imensa satisfação
O que meu coração
sente
É alegria e emoção
Querido torrão natal
Vim matar minha
saudade
Foi em teu solo,
afinal
Que passei a mocidade
!
Encontro-te remoçada
Mais linda e evoluída
Ao retorna. Choro a
partida
Minha Miranda,
querida !
Querido torrão natal
Vim matar minha saudade
Foi em teu solo,
afinal
Que passei a mocidade
!
São Paulo, 11-01-2015
(data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Miranda do Douro
Miranda, sempre aguerrida e audaz
À margem direita do sinuoso Douro
Por dois séculos Capital de Trás os Montes
Tal era sua pujança cívica e tenaz.
Foste traída pelo vil metal de ouro
Quando forte explosão, tremeu rios e fontes
Num heróico esforço, teu povo aguerrido
Sempre defendeu o torrão lusitano.
A história não deixa dúvidas de tua luta
Nas lutas que travaste, sempre destemido
o povo enfrentou o reino castelhano
Dando prova de coragem absoluta
Miranda, cidade histórica e varonil
Tens um povo cordial e hospitaleiro
Altiva, não por estares num altiplano
Mas por seres cativa, sedutora e gentil
Primor de beleza sem fim, és um canteiro
Teus encantos, são orgulho lusitano
Foste rainha e não perdes a majestade
Nas arribas tens escarpas rendilhadas
Onde crescem o alecrim e a margarida
És um encanto de beleza e de cidade.
Teu escudo, não tem armas ensarilhadas
Mas um castelo que é o símbolo da vida
Nele o ouro simboliza fidelidade, poder
Sobre ele um castelo iluminado de prata
E em cima a lua em quarto crescente empinada
E uma coroa com cinco torres a ascender.
Dão a compreensibilidade exata
Da grandeza que nele foi inserida.
Ser Mirandês é um honra com certeza
Porque ali nasce o mais puro Português
Onde o vinho e o pão não falta à mesa
Nem mesmo o bom bacalhau norueguês
Sem falar na posta, que é outra riqueza
Da culinária, com bom vinho Mirandês
São Paulo, 14/04/2008 (data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Musas
da Minha Terra
Oh! Musas da minha terra
Encantos tantos me dais
Vossa poesia encerra
A fragrância dos florais
Oh! Musas que me inspirais
Dai-me saber à porfia
Vós que ao mundo cantais
Vossos versos de alegria
Fazei de mim um poeta
Aonde o Lácio floresça
Numa pureza concreta
P’ra que nele, o verso cresça
Oh! Musas que insuflais
Ao poeta a inspiração
Por favor não esqueçais
De tanger meu coração
Trazei mensagens sadias
Que ao povo dêem saber
Como o sol que irradia
Vem nossa alma aquecer
Qual facho de luz Divina
Que rutila a alma e afim
E mistérios descortina
Por este mundo sem fim !
São Paulo, 14/10/2009
Armando A. C. Garcia
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MIRANDA, Voltei, para
rever-te
Minha terra, minha terra
Quantas saudades eu tive
Por tudo que ela encerra,
Pelo tempo que cá estive
Miranda, tu és o ouro,
O Douro, corre a teus pés
Miranda, és um tesouro
Orgulho do Mirandês
Quem me dera ó Miranda
Voltar a morar aqui
No destino, ninguém manda
Premissa que conclui.
Reverte agora, novamente
É imensa satisfação
O que meu coração sente
É alegria e emoção
Encontro-te remoçada
Mais linda e evoluída
Ao retornar, choro a partida
Minha Miranda, querida !
Querido torrão natal
Vim matar minha saudade
Foi em teu solo, afinal
Que passei a mocidade !
Miranda do Douro, 30/06/2014 (data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Ode
a MIRANDA DO DOURO - Portugal
Tens encantos de princesa
No passado grandiosa
Um canteiro de beleza
És cidade majestosa
Tens céu de puro azul
Luar de prata e fulgor
Esplendor de norte a sul
Na neve, frio ou calor
Amada terra retratas
Como tela de um pintor,
Verde rama das batatas
E amendoeiras em flor
Nos vinhedos penduradas
Uvas de todo o sabor
Que depois de fermentadas
Dão um vinho do melhor
O sol dourando os trigais
Simbolizam o celeiro
Junto aos pomares frugais
Fazem de ti um canteiro
Por sinal representado
Na grandeza nacional
Por teus foros no reinado
Homenagem radical
Tuas glórias ó Miranda
Em versos quero cantar
E no coreto tua banda
Ao povo irá brindar
Límpido céu estrelado
Refletindo toda beleza
Brasão de ouro cravado
Dos tempos da realeza
Salve ! cidade querida
És pérola no planalto
A todos dando acolhida
Num privilégio mui alto
Na riqueza da cultura
O rio, leva teu nome
Nem a neve branda e pura
Tua beleza consome
No esplendor da natureza
Teu nome traduz glória
E encerra toda grandeza
Dum povo e sua história
Recebe o afeto que encerra
O meu elogio final
Só quem parte vê que erra
Quando sai de Portugal !
São Paulo, 15/04/2008
Armando A. C. Garcia
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PORTUGAL
Portugal, pátria querida
Berço de conquistadores
Donde Cabral deu a partida
E, Camões cantou louvores
Onde Inês depois de morta
Foi rainha. Vejam só
Quando o amor bate à porta
De palácio ou bangalô
Se a ti o céu destinou
Grandezas, feitos sem par
Teu povo predestinou
Para o mundo navegar
Foste tu, que o novo mundo
Ao velho mundo mostrou
Rasgando o oceano profundo
Com caravelas singrou
Portugal de lés a lés
És um encanto sem par
Orgulho do português
Um jardim à beira mar !
Teu povo heróico e valente
Não se deixa derrotar
Tua luta foi permanente
No continente e além mar
Sem fraquezas; descendentes
de fortes pais e avós
Os temores são convincentes
De quem tem medo a sós
Recebe
o afeto que encerra
O meu elogio final
Só quem parte, vê que erra
Quando sai de Portugal !
São Paulo, 18/07/2008 (data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Rio Douro I
Arribas do Rio Douro
Que tantas vezes subi
Ó que saudades eu
tenho
Quando me lembro de
ti
Tens contornos
tortuosos
Escarpas que não têm
fim
Serpenteando as
arribas
Altas fragas e o
alecrim
Onde aves de rapinas
Têm condições
ambientais
Nos penedos
rendilhados
Águias, abutres e
mais
Têm seus ninhos
escondidos
Das raposas
predadoras,
O lobo, a tal não se
atreve
Prefere caça das
pastoras
Gigantes fragas
escarpadas
Pela erosão milenar
Tingiu de cores
variadas
Com efeitos a
imaginar
O número dois,
podemos ler
Nas fragas do lado
espanhol.
Quem não acredita,
venha ver
E ouça o canto do
rouxinol.
Entras por fragas
abruptas
Neste querido
Portugal
Aos poucos
interruptas
Com tua calma natural
Rio Douro, Rio Douro
Quantas enguias comi,
Tu és o maior tesouro
Dos rios que eu já
vi.
São Paulo, 11-09-2012 (data da
criação)
Armando A. C.
Garcia
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Rio Douro - II
Rio Douro, Rio Douro
Ao adentrar
Portugal
Mudaste teu
corredouro
Amansando-o por igual
Tua fúria indomável
Dez barragens
blindaram.
Viraste rio navegável
Nas albufeiras que
criaram
Através das eclusas
De uma a outra se
transpõe
E o novo rio, acusa
Que a correnteza se
foi.
Tua fonte de riqueza
É inestimável, também
A boa gente
portuguesa
Quer-te, igual à sua
mãe
Tiraram de tuas
margens
As azenhas
promissoras
Deram-te novas
aragens
Com barragens geradoras
O progresso
conquistado
Enriqueceu a nação
Cada qual tem o seu
fado
O teu, dá-me emoção
Rio Douro, Rio Douro
Quantas saudades me
trás
Se já eras um
tesouro,
Miranda, não fica a
trás
O Douro, na minha
terra
Corria veloz para o
mar
Os diques, o curso
emperra
Caminha agora,
devagar
Corria alegre,
contente
Nos tempos que já lá
vão
Hoje, tudo é
diferente
É gradativa absorção
Rio Douro, Rio Douro
Em tua direção à
foz,
Levas precioso
tesouro
Não precisas ser
veloz
Sem socalcos a
percorrer
Silencioso caminhas
Régua abaixo, é teu
dever
Levar o suco das
vinhas
O Rabelo levas as
pipas
Num horizonte sem fim
O barqueiro coça as
tripas.
Na foz, come um
bacorim.
São Paulo, 12/09/2012
Armando A. C. Garcia
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Rios Fresno e Douro
Aos rios Fresno e Douro, falo de ti
Falo de ti às pedras da tua rua,
Na solidão das noites, oro por ti
Numa prece, que a alma apazigua .
Conto-lhe meus anseios e desejos
Mas nada a me consolar ou aliviar,
Falo do teu amor, que tanto almejo
E da saudade, que me está a angustiar.
Falo de ti, aos astros e ao mundo
Porém, não escutas gritar teu nome,
Minha agonia, é sentimento profundo.
É esta nostalgia que me consome,
E me prostra na agonia de moribundo
Com alma e coração gritando teu nome !
São Paulo, 17/02/2017 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Rua da Costanilha
Miranda do Douro -
Portugal
Saudosa rua da
Costanilha
Das quatro esquinas
centrais
Onde se reunia a
matilha
Pra conversar dos
demais
Como nos arcos da
praça
Debaixo dos
temporais.
Tudo tinha sua graça
Até mesmo, nos
cabanais
Outras vezes nas
adegas
Tomando uns copos de
vinho
Quando não, lá nas
bodegas
Com um naco de
toucinho
Eram de grande
alegria
As nossas
conversações
Quando terminava o
dia
Fazíamos nossos
serões
Caminhando até à
terronha
Ou até, atrás do
castelo
Numa conversa bisonha
Nosso mundo era
singelo
Passeando nas
muralhas
Ou mesmo no adro da
sé
Ouvir o grasnar das
gralhas
Depois de tomar um
café
Passear pelas arribas
Vendo o Douro sinuoso
Entre alecrins e
urtigas
Corria o tempo
ditoso
Lá não existia
maldade
Éramos todos amigos
Feliz, nossa mocidade
Hoje, são tempos
antigos
Não havia televisão
Internet, nem pensar
Mas não nos faltava o
pão
Nem estórias pra
contar
Era o rádio o
portador
Das notícias
populares
Um telefone ao dispor
De manivela singular
No dia da consoada
Saíamos igual
mateiros
Cortar a lenha à
machada
Para acender a
fogueira
Os carros de bois
chiando
Sob o peso da
carrada,
A malta toda gritando
Não tinha medo de
nada
Tempos que não voltam
mais
A vida era diferente
Hoje internet e
outros tais
Tomam o tempo da
gente
A cidade era pacata
Não havia desavenças
Se alguma alma era
ingrata
Acertava as
diferenças
*
fig. malta
São Paulo,
17/09/2013
Armando A. C. Garcia
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Sem
ti deixei meu querido Portugal
Sem ti deixei meu querido Portugal
Com minha alma cheia de tristeza
Percorri caminhos dignos de chacal
Carregando em segredo tua vileza
Aprendi como viver ao desalento
Meu espelho abandonei com tua imagem
Quando a teu lado caminhei desatento
Ladeando teus passos que não interagem
Meu caminho, era atravessar contigo
Este mundo deserto de carinho e amor
Mas vi, para punição de meu castigo
Que meu reino, era o império da dor!
Pela ambição e grandeza do poder
Veio a cobiça por montes de tesouros
Que agita e abala qualquer mulher
Quando fita e se encanta pelo ouro
Hoje, como um sonho em vão, já se desfez
A ilusão que habitava em seu coração
E um tormento doloroso, teve vez
E assim pagou por sua infame traição !
Porangaba 24-01-2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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Síntese da história
secular de
Miranda do
Douro
Os encantos de minha
terra, cantei em verso
Antes de vê-la, pelos
atrativos modificada
Miranda do Douro,
minha cidade-berço
Ao ver-te, minha
alma, ficou emocionada
Na parte mais antiga
e histórica
Guardas relíquias de
inestimável apreço
Tua Sé, faz inveja
pela sumptuosidade
As muralhas, mostram
nobreza, teu adereço
Vou contar-vos um
pouco de sua história
Na reconquista
cristã, da península Ibérica
Em oitocentos e
cinquenta e sete, tropas com glória
Do rei Afonso
d’Astúrias chegam ao Douro
No ano de mil e
noventa e três, os limites
Orientais de Galiza,
já incluíam Miranda,
Cujo condado
portucalense, acredite
Era governado
sucessivamente na ciranda
Pelo conde Dom
Henrique, a condessa Teresa,
E o filho do casal,
Dom Afonso Henriques.
À época Miranda,
tinha castelo, como defesa
Para protegê-la
contra todos os despiques
Assim, ante a tomada
do condado Portucal
Por Dom Afonso
Henriques ao reino de Leão
A quem deviam
vassalagem. Pôs um ponto final
Reafirmou-se
independente, proclamou-se Rei
Para manter os
limites com o reino de Leão
E, pra que a
localização estratégica, não mele
Mandou restaurar o
castelo, face à abjunção
Dos Reinos de Leão e
de Castela, contra ele
Continuo falando, de
sua importância secular
Em mil, duzentos e
oitenta e seis, Dom Dinis
Elevou-a à categoria
de Vila para aumentar
Ainda mais os
privilégios, e assim o quis,
Na condição de nunca
sair da coroa Portuguesa
Tornando-a, assim, a
mais progressiva vila
E importante de Trás
os Montes, na defesa
Porque o jovem país,
independente, inda vacila.
Após, já sob o
reinado de Dom Manuel I,
A vila, em razão da
paz com os castelhanos,
Teve grande
prosperidade, saiu do rotineiro
Tornando-se um grande
centro entre irmanos.
Em maio de mil
quinhentos e quarenta e cinco,
Por bula do papa,
passou a ser a primeira diocese
De Trás-os-Montes. E
aos dez de julho, com afinco
É elevada à categoria
de cidade por Dom João III.
Ocasião em que Miranda
passou a ser a Capital
De Trás-os-Montes,
com sede e residência de bispado
Autoridades militares
e civis, com adicional
Do séquito necessário
acompanhado.
Após, no ano de
mil, seiscentos e quarenta
Teve início a guerra
da restauração
Cuja luta, seis anos
após, se pacienta,
E é libertada do
cerco imposto na ação,
Liderada pelo
Governador da Província.
Na guerra da sucessão
Espanhola
A guarnição foi
aprisionada não por acracia
Aos oito de julho de
mil setecentos e dez
Quando o sargento-mor,
por seiscentos dobrões
Perpetrou a traição
de entregá-la aos espanhóis.
No ano seguinte, as
tropas do conde de Atalaia
Recuperam a cidade e
os aprisionam depois
Mais tarde, no
contexto da guerra dos sete anos
Novo cerco imposto a
Miranda por tropas espanholas
Mil e quinhentas
arrobas de pólvora causaram danos
De nada valendo a
denodada resistência, nem a bitola
Das muralhas do seu
castelo, que em parte ruiu
Em razão da tremenda
explosão que o devastou
Embora nunca tenha
sido apontado quem traiu
Os historiadores
falam no Governador Militar
Na catástrofe
pereceram quatrocentas pessoas
Levando a cidade à
quase ruína demográfica
No ano seguinte,
recuperada, voltou às boas
Assinando a paz em
mil setecentos e sessenta e três
Assim, face ao lamentável
fato acontecido
Decorridos dois anos;
o vigésimo terceiro bispo
Abandona a cidade,
trocando-a por Bragança
Deixando Miranda, na
situação do Cristo !
Meio século mais
tarde, na Guerra Peninsular
Miranda mais uma vez
estaria de prontidão
Alvo das tropas
napoleônicas a avançar
O que lhe causaria
mais uma agravação.
Somente, no século
vinte, a cidade voltaria
A retomar a pujança,
alento, viço e vigor
Com a construção das
barragens, acéquias
De Picote e Miranda,
a cidade, é um primor.
Se um dia perdido,
sem caminho quiser
Belezas mil, ver,
apreciar e desfrutar
Vai a Miranda, e seus
encantos confere
E seu centro
histórico, poderás admirar
A cidade que viveu
momentos apoteóticos
Sofreu duros revezes
em seu destino
Na antiga entrada, um
arco em forma gótica
Circundada por dois
torreões, formam o trino
Hoje, é feliz, como
quem por lá passeia
Sua gente tem muito
orgulho e altivez
Seja a residente da
cidade, ou da aldeia
Mormente, por ser um
cidadão Mirandês !
São Paulo, 03/09/2014
(data da criação)
Armando A. C.
Garcia
Direitos autorais registrados
Mantendo a autoria do poema – Pode
compartilhar
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SOU TRANSMONTANO
Sou
Transmontano tenho orgulho da raça
Não há no orbe
igual ventura e graça
Este orgulho
carrego com altivez
De ser
Transmontano da cabeça aos pés
Se este brio
que carrego dia a dia
Cá dentro
tivesse voz. Se ouviria
Se é ventura e
graça ser Português
È dobrada ser
Transmontano - Mirandês
Se minha alma
pode ver outras colinas
Onde existem
vales, lírios e boninas
Tão diferentes,
sem o ouro dos trigais
Somando ao
verde, imensos matagais
Vejo-te hoje,
qual longínquo lugar
Que só o
pensamento pode alcançar
Vendo a
distância, no ideal que me consome
Só Tu entendes
que a saudade tem um nome
Voltar ao
regaço amado de onde menino
Parti de
coração chorando sem destino
Deste meu
saudoso e querido Trás os Montes
Em busca da
bonança e de outras fontes.
É Transmontano
este coração que pulsa
E meu destino
contra as agruras impulsa
Qual mola
propulsora a dar-lhe proteção.
Somos ramos, do
mesmo tronco da nação.
São Paulo,
26/02/2009 (data da criação)
Armando A. C.
Garcia
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Fonte dos Canos
Linda Fonte dos Canos
Oh que saudade
Dos tempos que já lá
vão
Quando na minha
mocidade
Passava aí com
frequência
Pois era o meu
caminho
Para ir as
propriedades
Do meu saudoso
paizinho
Caminhando um pouco
mais
Abeiro o teu aqueduto
Por onde nossos
ancestrais
Conduziam o produto,
À Majestosa Fonte dos
Canos
Que não vê o tempo
passar
Passam anos e mais
anos
Tu, impoluta, qual
altar
Oh que saudades eu
tenho
Dos tempos que já lá
vão
Ostentas belo desenho
De Portugal, seu
brasão !
05-08-2021
Armando A. C. Garcia
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