Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Síntese da história secular de Miranda do Douro

Síntese da história secular de

               Miranda do Douro

 

Os encantos de minha terra, cantei em verso

Antes de vê-la, pelos atrativos modificada

Miranda do Douro, minha cidade-berço

Ao ver-te, minha alma, ficou emocionada

 

Na parte mais antiga e histórica

Guardas relíquias de inestimável apreço

Tua Sé, faz inveja pela sumptuosidade

As muralhas, mostram nobreza, teu adereço

 

Vou contar-vos um pouco de sua história

Na reconquista cristã, da península Ibérica

Em oitocentos e cinquenta e sete, tropas com glória

Do rei Afonso d’Astúrias chegam ao Douro

 

No ano de mil e noventa e três, os limites

Orientais de Galiza, já incluíam Miranda,

Cujo condado portucalense, acredite

Era governado sucessivamente na ciranda

 

Pelo conde Dom Henrique, a condessa Teresa,

E o filho do casal, Dom Afonso Henriques.

À época Miranda, tinha castelo, como defesa

Para protegê-la contra todos os despiques

 

Assim, ante a tomada do condado Portucal

Por Dom Afonso Henriques ao reino de Leão

A quem deviam vassalagem. Pôs um ponto final

Reafirmou-se independente, proclamou-se Rei

 

Para manter os limites com o reino de Leão

E, pra que a localização estratégica, não mele

Mandou restaurar o castelo, face à *abjunção

Dos Reinos de Leão e de Castela, contra ele

 

Continuo falando, de sua importância secular

Em mil, duzentos e oitenta e seis, Dom Dinis

Elevou-a à categoria de Vila para aumentar

Ainda mais os privilégios, e assim o quis,

 

Na condição de nunca sair da coroa Portuguesa

Tornando-a, assim, a mais progressiva vila

E importante de Trás os Montes, na defesa

Porque o jovem país, independente, inda vacila.

 

Após, já sob o reinado de Dom Manuel I,

A vila, em razão da paz com os castelhanos,

Teve grande prosperidade, saiu do rotineiro

Tornando-se um grande centro entre irmanos.

 

Em maio de mil quinhentos e quarenta e cinco,

Por bula do papa, passou a ser a primeira diocese

De Trás-os-Montes. E aos dez de julho, com afinco

É elevada à categoria de cidade por Dom João III.

 

Ocasião em que Miranda passou a ser a Capital

De Trás-os-Montes, com sede e residência de bispado

Autoridades militares e civis, com adicional

Do séquito necessário acompanhado.

 

Após, no ano de mil, seiscentos e quarenta

Teve início a guerra da restauração

Cuja luta, seis anos após, se pacienta,

E é libertada do cerco imposto na ação,

 

Liderada pelo Governador da Província.

Na guerra da sucessão Espanhola

A guarnição foi aprisionada não por **acracia

Aos oito de julho de mil setecentos e dez

 

Quando o sargento-mor, por seiscentos dobrões

Perpetrou a traição de entregá-la aos espanhóis.

No ano seguinte, as tropas do conde de Atalaia

Recuperam a cidade e os aprisionam depois 

 

Mais tarde, no contexto da guerra dos sete anos

Novo cerco imposto a Miranda por tropas espanholas

Mil e quinhentas arrobas de pólvora causaram danos

De nada valendo a denodada resistência, nem a bitola

 

Das muralhas do seu castelo, que em parte ruiu

Em razão da tremenda explosão que o devastou

Embora nunca tenha sido apontado quem traiu

Os historiadores falam no Governador Militar

 

Na catástrofe pereceram quatrocentas pessoas

Levando a cidade à quase ruína demográfica

No ano seguinte, recuperada, voltou às boas

Assinando a paz em mil setecentos e sessenta e três

 

Assim, face ao lamentável fato acontecido

Decorridos dois anos; o vigésimo terceiro bispo

Abandona a cidade, trocando-a por Bragança

Deixando Miranda, na situação do Cristo !

 

Meio século mais tarde, na Guerra Peninsular

Miranda mais uma vez estaria de prontidão

Alvo das tropas napoleônicas a avançar

O que lhe causaria mais uma agravação.

 

Somente, no século vinte, a cidade voltaria

A retomar a pujança, alento, viço e vigor

Com a construção das barragens, ***acéquias

De Picote e Miranda, a cidade, é um primor.

 

Se um dia perdido, sem caminho quiser

Belezas mil, ver, apreciar e desfrutar

Vai a Miranda, e seus encantos confere

E seu centro histórico, poderás admirar

 

A cidade que viveu momentos apoteóticos

Sofreu duros revezes em seu destino

Na antiga entrada, um arco em forma gótica

Circundada por dois torreões, formam o trino

 

Hoje, é feliz, como quem por lá passeia

Sua gente tem muito orgulho e altivez

Seja a residente da cidade, ou da aldeia

Mormente, por ser um cidadão Mirandês !

                                               *separação

                                               ** ausência de governo

                                               ***represa de águas

 

São Paulo, 03/09/2014 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

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