Rua da Costanilha
Saudosa rua da Costanilha,
Linda rua, em que eu nasci,
Habitei, morei e cresci.
Saudades, sempre terei de ti!
Saudosa rua da Costanilha
Das quatro esquinas centrais,
Onde se reunia a *matilha
Pra conversar dos demais.
Como nos arcos da praça
Debaixo dos temporais.
Tudo tinha a sua graça
Até mesmo, nos cabanais.
Outras vezes nas adegas
Tomando uns copos de vinho,
Quando não, lá nas bodegas
Com um naco de toucinho.
Eram de grande a alegria
As nossas conversações,
Quando terminava o dia
Fazíamos nossos serões.
Caminhando até à terronha,
Ou até, atrás do castelo,
Numa conversa bisonha,
Nosso mundo era singelo!
Passeando nas muralhas
Ou mesmo no adro da sé
Ouvir o grasnar das gralhas
Depois de tomar um café
Passear pelas arribas
Vendo o Douro sinuoso,
Entre alecrins e urtigas
Corria o tempo ditoso.
Lá não existia maldade
Éramos todos amigos,
Feliz, nossa mocidade
Hoje, são tempos antigos.
Não havia televisão
Internet, nem pensar,
Mas não nos faltava pão
Nem estórias pra contar.
Era o rádio o portador
Das notícias populares,
Um telefone ao dispor
De manivela singular,
No dia da consoada,
Saíamos igual mateiros,
Pegar a lenha cortada,
Para acender a fogueira.
Os carros de boi chiando,
Sob o peso da carrada,
A malta toda gritando...
Não tinha medo de nada.
Tempos que não voltam mais,
A vida era diferente.
Hoje internet e outros mais,
Tomam o tempo da gente,
A cidade era pacata
Não havia desavenças,
Se alguma alma era ingrata
Acertava as diferenças!
*fig. Malta
São Paulo, 17/09/2013 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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