Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A MINHA TERRA (23 Poesias)

A MINHA TERRA 
(23 Poesias)
Minha terra tem giestas floridas.
Rudes pinhais e frondosos castanheiros,
Onde vegetam trigais, À sombra dos sobreiros
E, crescem o alecrim, e as margaridas.

Tem searas, que parecem espigas de ouro,
Serpenteadas como as ondas do mar.
Quando o vento sopra, então faz lembrar
Suas estradas, e o leito do rio Douro.

Tem o folclore em trajes de cores garridas.
Tem os cantares e a alegria das vindimas.
Os dialetos e as desgarradas em rimas
E, o rubor das moçoilas atrevidas!

Minha terra, tem os fadista de raça.
Amendoeiras floridas, oh! que beleza!
Como se por capricho a natureza
Quisesse, dar a Portugal tanta graça.

Tem zimbros, tem carrascos e fragas nuas.
Neve nas serras, no azul, a imensidade,
Na minha terra, mora minha saudade
Que, à noite em sonho perambula pelas ruas.

Na minha terra o branco do luar é mais branco.
As gotas do orvalho são frias geladas...
As terras ficam secas, e empedradas
Quando, as geadas brancas, cobrem o campo.

Minha terra, tem outeiros e castelos,
Tem penedos rendilhados e arribas,
Tem poetas, toureiros e escribas,
Tem heróis, tem santos e tem vitelos...

São Paulo 17/05/64 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

A Mó da Azenha

Homem pacato o moleiro
Afeito ao gingar da água
Tira o trigo do celeiro
Coloca na roda d’água

Tange a água a mó da azenha
Daqui se ouve o clamor
Tritura o grão e se empenha
Na farinha da melhor

Homem pacato o moleiro
Afeito ao gingar da água
Tira o trigo do celeiro
Coloca na roda d’água

A água sempre correndo
Transforma grãos em farinha
O moleiro vai moendo
Para entregar à noitinha

E no caminho da azenha
Tange a mula carregada
É mula, não fica prenha
Mas chega ao topo cansada

Diariamente o moleiro
Faz o trajeto sem fim
Tirando o pão do celeiro
Moendo o trigo e afim

Polvilhados de farinha
O moleiro e sua mula
Pelas arribas caminha
Sem descansar a medula

Cumpre assim sua missão
Grão a grão ele vai moendo
Para que não falte o pão
Sobe as arribas correndo

A azenha é seu tesouro
Seu mundo, sua missão
Corre água no rio Douro
E amor no seu coração

São Paulo, 12/08/2009 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

A NEVE

Oh! Que saudade me traz
Ver a neve branca e pura
Ver os telhados das casas
Cobertos daquela alvura

De manhã abrir a vidraça
Ver tudo da cor do linho
Logo cedo se alguém passa
Deixas marcas no caminho

Bailam os flocos no ar
Caindo devagarzinho
São pétalas a alcatifar
As veredas e os caminhos

Vê-la cair lentamente
Com flocos em remoinho
Ela cai tão sutilmente
Que toca o chão de mansinho

É uma dádiva dos céus
Alcatifando a terra
Um colírio aos olhos meus
É uma benção na serra

Parece um manto de leite
Cobrindo a terra devassa
Sua beleza é um deleite.
A chaminé, já esfumaça !

São Paulo, 19/02/2010
(data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema. Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

A terra onde nasci.

Miranda do Douro 

 

A terra onde nasci, tem céu azul-celeste

Com estrelas dependuradas no zimbório

E tem na rigidez duma terra agreste,

A imaginação dum templo evocatório.

 

Hoje, tem gente nova que desconheço

Com heterogeneidade de padrões  

Mas todos eles, merecem o meu apreço

Mesmo que sejam diferentes as deflexões

 

Minha Miranda, foste a última atalaia

Fazes divisa natural com a Espanha

Defendeste nosso país na azagaia

- Demonstrando o vigor de tal façanha.

 

O rio Douro, serpenteia tua terra

Terras do querido e amado Portugal

O teu castelo e Sé; superou a guerra

Hoje, orgulho do patrimônio nacional.

 

As belezas naturais que tu encerras,

Transformam meu amor em saudade.

- Onde vivo, tem imensidão de terras

Mas nenhuma, se iguala à tua majestade !

 

São Paulo, 12/07/2015 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Hino a MIRANDA DO DOURO

 

 Miranda, nobre cidade

 Cheia de brilho e grandeza

 Data cinco séculos de idade

 Com foros de realeza

 

 No passado. Da Província,

 foste a sede e Capital

 Como Fênix renascida

 Voltarás a ser igual

 

 Se outrora foste pujança

 Dos reinos de Portugal

 Teu carisma é esperança

 Que o sonho seja real

 

 És cidade milenar

 Tens aqueduto romano

 Com fonte p’ra desaguar.

 Há época, não tinha cano.

 

 Nos tempos de Dom Afonso,

 Henriques por sobre nome

 Viu não precisar responso

 Pela estratégia; o renome.

 

 Miranda tens tradição

 Desde tempos seculares

 Foste esteio da nação

 De lutas ímpias sem pares

 

 Se Dom Fernando I

 Moeda mandou cunhar

 Pondo o M no dinheiro

 Em Miranda a circular

 

 O folclore de tua terra

 Percorreu o mundo inteiro

 Do Japão à Inglaterra

 Conhecem o pauliteiro

 

 São Paulo, 15/04/2008 (data da criação)

 Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Menino Jesus da Cartolinha

Menino Jesus da Cartolinha
Tu és esperança que caminha
E no mundo outro não há
A glória eterna, em Ti está

Tu, como eu, és Mirandês
Nem na Europa, nem por cá
Outro igual a ti, não há
Nem no mundo Português

Conta a lenda que sitiada
Já a cidade se rendia
Na guerra da restauração
Isolada, sem salvação

Quando uma pequena criança
Conclamando à esperança
Chapéu de palha trajando
Nas ruas surgiu gritando

Com o ato de bravura
Da singela criatura
O povo inteiro se armou
De foice, enxada e varapau

Uns de forquilha e cutelos
Armadas até’os cotovelos
As tropas incentivaram
E os espanhóis derrotaram

Com a luta finalizada
E a cidade libertada,
O menino foi procurado
Para ser homenageado

Porém, não foi encontrado
De porta em porta buscado
Ninguém soube dele dizer
Aí, que o povo foi crer

Tratar-se de um ser divino
Ser Jesus quando menino
Que o milagre realizou
E assim, a cidade salvou

A lenda, ainda porfia.
Que na batalha desse dia
Um oficial pereceu
E a noiva que o perdeu

Resolveu mandar fazer,
Pasme se lhe aprouver
Um uniforme militar
Para a imagem trajar

Condecorou o seu peito
Com medalhas pelo feito
Colocou espada à cintura
E a nobre criatura

Como manda o figurino
Sem cartola que cretino
Mandou–lha confeccionar
E trajado o pôs no altar

Vejam só o que o destino
Fez aquele pobre menino
Que se arvorou em salvar
A cidade secular

Veja nesta ilustração
Seja verídica ou não
O incentivo o que é
E o poder que tem a Fé !

São Paulo, 21/09/2009
(data da criação)
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Meu Natal em Portugal

Eis-me aqui, novamente,

No meu querido Portugal, 

Onde vim passar o Natal,
Com meu irmão, minha gente.

 

Já não estou habituado

Ao frio que aqui faz

Mas o frio é superado

Pela emoção que me traz.

Porto, 27/12/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Meu Portugal

Meu Portugal pequenino
Gigante por natureza
Tiveste tu, por destino
Levar ao mundo a proeza

De descobrir novos mundos
Façanha de alto valor
Naturalmente oriundo
Dum povo navegador

Intrépido e destemido
Audacioso e valente
Que não se dá por vencido
Nem no bote da serpente

Pequeninas caravelas
Na imensidade do mar
Desfraldaram suas velas
Começaram a navegar

Embaladas pela espuma
Ou pela procela do mar
Não tinham rota alguma
No caminho a explorar

Cruzaram ondas sem fim
A graça de Deus, deu poder
E, este pequeno jardim,
Começou a florescer

Foste a glória de um povo
E, ainda hoje, tu o és
O mundo se agita de novo
Quando vê um português.


O folclore de tua terra

Percorreu o mundo inteiro

Do Japão à Inglaterra

Conhecem o Pauliteiro


31/03/2012
(data da criação)
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Meu Trás-os-Montes 

 

 Numa tarde de silêncio e calmaria 

 Mal buliam as folhas dos olivais 

 Ao sol abrasador do meio-dia 

 Num ouro fulvo, ondeavam trigais 

 

 Os sobreiros quietos e sossegados 

 Dão pequenas sombras aos trigais, 

 Nessa paisagem, de amarelos dourados 

 Rapazes e raparigas fazem arraiais, 

 

 Tudo é casto e sedutor nessa miragem 

 Mais parecendo a tela de um pintor ! 

 - Esta terra agreste, dura, e de coragem 

 

 Faz parte do folclore de minha terra, 

- Onde é a gaita de fole, quem nos convida, 

 A ceifar o nosso trigo, ao pé da serra ! 

 

São Paulo 14/02/2017 (data da criação) 

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Miranda - Minha Terra

 

Minha terra é um encanto

Um pedacinho do céu

Portugal, te amo tanto,

Meu coração é só teu !

 

Minha terra, minha terra,

Quantas saudades eu tive

Por tudo que ela encerra

Pela tempo que cá estive.

 

Miranda, tu és o ouro,

O Douro corre a teus pés

Miranda. És um tesouro,

Orgulho do Mirandês.

 

Quem me dera ó Miranda

Tornar a morar aqui,

No destino, ninguém manda

Premissa que conclui.

 

Rever-te agora, novamente

É imensa satisfação

O que meu coração sente

É alegria e emoção

 

Querido torrão natal

Vim matar minha saudade

Foi em teu solo, afinal

Que passei a mocidade !

 

Encontro-te remoçada

Mais linda e evoluída

Ao retorna. Choro a partida

Minha Miranda, querida !

 

Querido torrão natal

Vim matar minha saudade

Foi em teu solo, afinal

Que passei a mocidade !

 

São Paulo, 11-01-2015 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Miranda do Douro

Miranda, sempre aguerrida e audaz
À margem direita do sinuoso Douro
Por dois séculos Capital de Trás os Montes
Tal era sua pujança cívica e tenaz.
Foste traída pelo vil metal de ouro
Quando forte explosão, tremeu rios e fontes

Num heróico esforço, teu povo aguerrido
Sempre defendeu o torrão lusitano.
A história não deixa dúvidas de tua luta
Nas lutas que travaste, sempre destemido
o povo enfrentou o reino castelhano
Dando prova de coragem absoluta

Miranda, cidade histórica e varonil
Tens um povo cordial e hospitaleiro
Altiva, não por estares num altiplano
Mas por seres cativa, sedutora e gentil
Primor de beleza sem fim, és um canteiro
Teus encantos, são orgulho lusitano

Foste rainha e não perdes a majestade
Nas arribas tens escarpas rendilhadas
Onde crescem o alecrim e a margarida
És um encanto de beleza e de cidade.
Teu escudo, não tem armas ensarilhadas
Mas um castelo que é o símbolo da vida

Nele o ouro simboliza fidelidade, poder
Sobre ele um castelo iluminado de prata
E em cima a lua em quarto crescente empinada
E uma coroa com cinco torres a ascender.
Dão a compreensibilidade exata
Da grandeza que nele foi inserida.

Ser Mirandês é um honra com certeza
Porque ali nasce o mais puro Português
Onde o vinho e o pão não falta à mesa
Nem mesmo o bom bacalhau norueguês
Sem falar na posta, que é outra riqueza
Da culinária, com bom vinho Mirandês

São Paulo, 14/04/2008 (data da criação)

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Musas da Minha Terra

Oh! Musas da minha terra
Encantos tantos me dais
Vossa poesia encerra
A fragrância dos florais

Oh! Musas que me inspirais
Dai-me saber à porfia
Vós que ao mundo cantais
Vossos versos de alegria

Fazei de mim um poeta
Aonde o Lácio floresça
Numa pureza concreta
P’ra que nele, o verso cresça

Oh! Musas que insuflais
Ao poeta a inspiração
Por favor não esqueçais
De tanger meu coração

Trazei mensagens sadias
Que ao povo dêem saber
Como o sol que irradia
Vem nossa alma aquecer

Qual facho de luz Divina
Que rutila a alma e afim
E mistérios descortina
Por este mundo sem fim !

São Paulo, 14/10/2009
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

MIRANDA, Voltei, para rever-te

Minha terra, minha terra
Quantas saudades eu tive
Por tudo que ela encerra,
Pelo tempo que cá estive

Miranda, tu és o ouro,
O Douro, corre a teus pés
Miranda, és um tesouro
Orgulho do Mirandês

Quem me dera ó Miranda
Voltar a morar aqui
No destino, ninguém manda
Premissa que conclui.

Reverte agora, novamente
É imensa satisfação
O que meu coração sente
É alegria e emoção

Encontro-te remoçada
Mais linda e evoluída
Ao retornar, choro a partida
Minha Miranda, querida !

Querido torrão natal
Vim matar minha saudade
Foi em teu solo, afinal
Que passei a mocidade !

Miranda do Douro, 30/06/2014
(data da criação)

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Ode a MIRANDA DO DOURO - Portugal

Tens encantos de princesa
No passado grandiosa
Um canteiro de beleza
És cidade majestosa

Tens céu de puro azul
Luar de prata e fulgor
Esplendor de norte a sul
Na neve, frio ou calor

Amada terra retratas
Como tela de um pintor,
Verde rama das batatas
E amendoeiras em flor

Nos vinhedos penduradas
Uvas de todo o sabor
Que depois de fermentadas
Dão um vinho do melhor

O sol dourando os trigais
Simbolizam o celeiro
Junto aos pomares frugais
Fazem de ti um canteiro

Por sinal representado
Na grandeza nacional
Por teus foros no reinado
Homenagem radical

Tuas glórias ó Miranda
Em versos quero cantar
E no coreto tua banda
Ao povo irá brindar

Límpido céu estrelado
Refletindo toda beleza
Brasão de ouro cravado
Dos tempos da realeza

Salve ! cidade querida
És pérola no planalto
A todos dando acolhida
Num privilégio mui alto

Na riqueza da cultura
O rio, leva teu nome
Nem a neve branda e pura
Tua beleza consome

No esplendor da natureza
Teu nome traduz glória
E encerra toda grandeza
Dum povo e sua história

Recebe o afeto que encerra
O meu elogio final
Só quem parte vê que erra
Quando sai de Portugal !

São Paulo, 15/04/2008
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados 

Mantendo a autoria do poema –Pode compartilhar

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

PORTUGAL

Portugal, pátria querida
Berço de conquistadores
Donde Cabral deu a partida
E, Camões cantou louvores

Onde Inês depois de morta
Foi rainha. Vejam só
Quando o amor bate à porta
De palácio ou bangalô

Se a ti o céu destinou
Grandezas, feitos sem par
Teu povo predestinou
Para o mundo navegar

Foste tu, que o novo mundo
Ao velho mundo mostrou
Rasgando o oceano profundo
Com caravelas singrou

Portugal de lés a lés
És um encanto sem par
Orgulho do português
Um jardim à beira mar !

Teu povo heróico e valente
Não se deixa derrotar
Tua luta foi permanente
No continente e além mar

Sem fraquezas; descendentes
de fortes pais e avós
Os temores são convincentes
De quem tem medo a sós

 

Recebe o afeto que encerra
O meu elogio final
Só quem parte, vê que erra
Quando sai de Portugal !


São Paulo, 18/07/2008
(data da criação)

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Rio Douro I

 

Arribas do Rio Douro

Que tantas vezes subi

Ó que saudades eu tenho

Quando me lembro de ti

 

Tens contornos tortuosos

Escarpas que não têm fim

Serpenteando as arribas

Altas fragas e o alecrim

 

Onde aves de rapinas

Têm condições ambientais

Nos penedos rendilhados

Águias, abutres e mais

 

Têm seus ninhos escondidos

Das raposas predadoras,

O lobo, a tal não se atreve

Prefere caça das pastoras

 

Gigantes fragas escarpadas

Pela erosão milenar

Tingiu de cores variadas 

Com efeitos a imaginar

 

O número dois, podemos ler 

Nas fragas do lado espanhol.

Quem não acredita, venha ver

E ouça o canto do rouxinol.

 

Entras por fragas abruptas 

Neste querido Portugal

Aos poucos interruptas

Com tua calma natural

 

Rio Douro, Rio Douro

Quantas enguias comi,

Tu és o maior tesouro

Dos rios que eu já vi.

 

São Paulo, 11-09-2012  (data da criação)

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Rio Douro - II 

 

Rio Douro, Rio Douro

Ao adentrar Portugal 

Mudaste teu corredouro

Amansando-o por igual

 

Tua fúria indomável

Dez barragens blindaram.  

Viraste rio navegável

Nas albufeiras que criaram  

 

Através das eclusas

De uma a outra se transpõe

E o novo rio, acusa

Que a correnteza se foi. 

 

Tua fonte de riqueza

É inestimável, também

A boa gente portuguesa

Quer-te, igual à sua mãe

 

Tiraram de tuas margens

As azenhas promissoras 

Deram-te novas aragens

Com barragens geradoras

 

O progresso conquistado

Enriqueceu a nação

Cada qual tem o seu fado

O teu, dá-me emoção

 

Rio Douro, Rio Douro

Quantas saudades me trás

Se já eras um tesouro,

Miranda, não fica a trás

 

O Douro, na minha terra

Corria veloz para o mar

Os diques, o curso emperra

Caminha agora, devagar

 

Corria alegre, contente

Nos tempos que já lá vão

Hoje, tudo é diferente

É gradativa absorção

 

Rio Douro, Rio Douro

Em tua direção à foz, 

Levas precioso tesouro

Não precisas ser veloz 

 

Sem socalcos a percorrer

Silencioso caminhas

Régua abaixo, é teu dever

Levar o suco das vinhas

 

O Rabelo levas as pipas

Num horizonte sem fim

O barqueiro coça as tripas.

Na foz, come um bacorim.

 

São Paulo, 12/09/2012

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

     

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Rios Fresno e Douro

Aos rios Fresno e Douro, falo de ti
Falo de ti às pedras da tua rua,
Na solidão das noites, oro por ti
Numa prece, que a alma apazigua .

Conto-lhe meus anseios e desejos
Mas nada a me consolar ou aliviar,
Falo do teu amor, que tanto almejo
E da saudade, que me está a angustiar.

Falo de ti, aos astros e ao mundo
Porém, não escutas gritar teu nome,
Minha agonia, é sentimento profundo.

É esta nostalgia que me consome,
E me prostra na agonia de moribundo
Com alma e coração gritando teu nome !

São Paulo, 17/02/2017 (data da criação)
Armando A. C. Garcia


Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Rua da Costanilha

Miranda do Douro - Portugal

 

Saudosa rua da Costanilha

Das quatro esquinas centrais

Onde se reunia a matilha

Pra conversar dos demais

 

Como nos arcos da praça

Debaixo dos temporais.

Tudo tinha sua graça

Até mesmo, nos cabanais

 

Outras vezes nas adegas

Tomando uns copos de vinho

Quando não, lá nas bodegas

Com um naco de toucinho

 

Eram de grande alegria

As nossas conversações

Quando terminava o dia

Fazíamos nossos serões

 

Caminhando até à terronha

Ou até, atrás do castelo

Numa conversa bisonha

Nosso mundo era singelo

 

Passeando nas muralhas

Ou mesmo no adro da sé

Ouvir o grasnar das gralhas

Depois de tomar um café

 

Passear pelas arribas

Vendo o Douro sinuoso

Entre alecrins e urtigas

Corria o tempo ditoso 

 

Lá não existia maldade

Éramos todos amigos

Feliz, nossa mocidade

Hoje, são tempos antigos

 

Não havia televisão

Internet, nem pensar

Mas não nos faltava o pão

Nem estórias pra contar

 

Era o rádio o portador

Das notícias populares

Um telefone ao dispor

De manivela singular

 

No dia da consoada

Saíamos igual mateiros

Cortar a lenha à machada

Para acender a fogueira

 

Os carros de bois chiando

Sob o peso da carrada,

A malta toda gritando

Não tinha medo de nada

 

Tempos que não voltam mais

A vida era diferente

Hoje internet e outros tais

Tomam o tempo da gente

 

A cidade era pacata

Não havia desavenças

Se alguma alma era ingrata

Acertava as diferenças

                                                                       * fig. malta 

São Paulo, 17/09/2013             

Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Sem ti deixei meu querido Portugal

Sem ti deixei meu querido Portugal

Com minha alma cheia de tristeza

Percorri caminhos dignos de chacal

Carregando em segredo tua vileza

 

Aprendi como viver ao desalento

Meu espelho abandonei com tua imagem

Quando a teu lado caminhei desatento

Ladeando teus passos que não interagem

 

Meu caminho, era atravessar contigo

Este mundo deserto de carinho e amor

Mas vi, para punição de meu castigo

Que meu reino, era o império da dor!

 

Pela ambição e grandeza do poder

Veio a cobiça por montes de tesouros

Que agita e abala qualquer mulher

Quando fita e se encanta pelo ouro

 

Hoje, como um sonho em vão, já se desfez

A ilusão que habitava em seu coração

E um tormento doloroso, teve vez

E assim pagou por sua infame traição !

 

Porangaba 24-01-2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Síntese da história secular de

Miranda do Douro 

 

Os encantos de minha terra, cantei em verso

Antes de vê-la, pelos atrativos modificada 

Miranda do Douro, minha cidade-berço

Ao ver-te, minha alma, ficou emocionada

 

Na parte mais antiga e histórica 

Guardas relíquias de inestimável apreço

Tua Sé, faz inveja pela sumptuosidade

As muralhas, mostram nobreza, teu adereço 

 

Vou contar-vos um pouco de sua história

Na reconquista cristã, da península Ibérica

Em oitocentos e cinquenta e sete, tropas com glória 

Do rei Afonso d’Astúrias chegam ao Douro

 

No ano de mil e noventa e três, os limites

Orientais de Galiza, já incluíam Miranda,

Cujo condado portucalense, acredite

Era governado sucessivamente na ciranda

 

Pelo conde Dom Henrique, a condessa Teresa,

E o filho do casal, Dom Afonso Henriques.

À época Miranda, tinha castelo, como defesa

Para protegê-la contra todos os despiques

 

Assim, ante a tomada do condado Portucal 

Por Dom Afonso Henriques ao reino de Leão

A quem deviam vassalagem. Pôs um ponto final

Reafirmou-se independente, proclamou-se Rei

 

Para manter os limites com o reino de Leão

E, pra que a localização estratégica, não mele

Mandou restaurar o castelo, face à abjunção

Dos Reinos de Leão e de Castela, contra ele

 

Continuo falando, de sua importância secular

Em mil, duzentos e oitenta e seis, Dom Dinis

Elevou-a à categoria de Vila para aumentar

Ainda mais os privilégios, e assim o quis,

 

Na condição de nunca sair da coroa Portuguesa

Tornando-a, assim, a mais progressiva vila

E importante de Trás os Montes, na defesa

Porque o jovem país, independente, inda vacila.

 

Após, já sob o reinado de Dom Manuel I,

A vila, em razão da paz com os castelhanos,

Teve grande prosperidade, saiu do rotineiro

Tornando-se um grande centro entre irmanos. 

 

Em maio de mil quinhentos e quarenta e cinco, 

Por bula do papa, passou a ser a primeira diocese

De Trás-os-Montes. E aos dez de julho, com afinco

É elevada à categoria de cidade por Dom João III.

 

Ocasião em que Miranda passou a ser a Capital

De Trás-os-Montes, com sede e residência de bispado

Autoridades militares e civis, com adicional

Do séquito necessário acompanhado.

 

 Após, no ano de mil, seiscentos e quarenta

Teve início a guerra da restauração 

Cuja luta, seis anos após, se pacienta,

E é libertada do cerco imposto na ação,

 

Liderada pelo Governador da Província.

Na guerra da sucessão Espanhola 

A guarnição foi aprisionada não por acracia 

Aos oito de julho de mil setecentos e dez

 

Quando o sargento-mor, por seiscentos dobrões

Perpetrou a traição de entregá-la aos espanhóis.

No ano seguinte, as tropas do conde de Atalaia

Recuperam a cidade e os aprisionam depois 

 

Mais tarde, no contexto da guerra dos sete anos

Novo cerco imposto a Miranda por tropas espanholas

Mil e quinhentas arrobas de pólvora causaram danos

De nada valendo a denodada resistência, nem a bitola

 

Das muralhas do seu castelo, que em parte ruiu 

Em razão da tremenda explosão que o devastou 

Embora nunca tenha sido apontado quem traiu

Os historiadores falam no Governador Militar

 

Na catástrofe pereceram quatrocentas pessoas

Levando a cidade à quase ruína demográfica

No ano seguinte, recuperada, voltou às boas

Assinando a paz em mil setecentos e sessenta e três

 

Assim, face ao lamentável fato acontecido

Decorridos dois anos; o vigésimo terceiro bispo

Abandona a cidade, trocando-a por Bragança

Deixando Miranda, na situação do Cristo !

 

Meio século mais tarde, na Guerra Peninsular

Miranda mais uma vez estaria de prontidão

Alvo das tropas napoleônicas a avançar

O que lhe causaria mais uma agravação.

 

Somente, no século vinte, a cidade voltaria 

A retomar a pujança, alento, viço e vigor

Com a construção das barragens, acéquias 

De Picote e Miranda, a cidade, é um primor.

 

Se um dia perdido, sem caminho quiser

Belezas mil, ver, apreciar e desfrutar

Vai a Miranda, e seus encantos confere

E seu centro histórico, poderás admirar 

 

A cidade que viveu momentos apoteóticos 

Sofreu duros revezes em seu destino 

Na antiga entrada, um arco em forma gótica

Circundada por dois torreões, formam o trino

 

Hoje, é feliz, como quem por lá passeia

Sua gente tem muito orgulho e altivez

Seja a residente da cidade, ou da aldeia

Mormente, por ser um cidadão Mirandês !

 

São Paulo, 03/09/2014 (data da criação)

Armando A. C. Garcia 

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

SOU TRANSMONTANO

 

 Sou Transmontano tenho orgulho da raça

 Não há no orbe igual ventura e graça

 Este orgulho carrego com altivez

 De ser Transmontano da cabeça aos pés

 

 Se este brio que carrego dia a dia

 Cá dentro tivesse voz. Se ouviria

 Se é ventura e graça ser Português

 È dobrada ser Transmontano - Mirandês

 

 Se minha alma pode ver outras colinas

 Onde existem vales, lírios e boninas

 Tão diferentes, sem o ouro dos trigais

 Somando ao verde, imensos matagais

 

 Vejo-te hoje, qual longínquo lugar

 Que só o pensamento pode alcançar

 Vendo a distância, no ideal que me consome

 Só Tu entendes que a saudade tem um nome

 

 Voltar ao regaço amado de onde menino

 Parti de coração chorando sem destino

 Deste meu saudoso e querido Trás os Montes

 Em busca da bonança e de outras fontes.

 

 É Transmontano este coração que pulsa

 E meu destino contra as agruras impulsa

 Qual mola propulsora a dar-lhe proteção.

 Somos ramos, do mesmo tronco da nação.

 

 São Paulo, 26/02/2009 (data da criação)

 Armando A. C. Garcia

 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Fonte dos Canos

Fonte dos Canos | Rota da Terra Fria

Linda Fonte dos Canos

Oh que saudade

Dos tempos que já lá vão

Quando na minha mocidade

 

Passava aí com frequência

Pois era o meu caminho

Para ir as propriedades

Do meu saudoso paizinho

 

Caminhando um pouco mais

Abeiro o teu aqueduto

Por onde nossos ancestrais

Conduziam o produto,


À Majestosa Fonte dos Canos

Que não vê o tempo passar

Passam anos e mais anos

Tu, impoluta, qual altar

 

Oh que saudades eu tenho

Dos tempos que já lá vão

Ostentas belo desenho

De Portugal, seu brasão !

 

05-08-2021

Armando A. C. Garcia

 

Visite meus blogs:

http://brisadapoesia.blogspot.com

http://peludiodesonetos.blogspot.com

http://criancaspoesias.blogspot.com

 

Direitos autorais registrados

Mantendo a autoria do poema – Pode compartilhar

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário