Saudades
da minha terra
Miranda
do Douro
Era
aprazível, fagueira
Um
suave sonho de ouro
Essa
Miranda do Douro
Isento
de preocupações
Vivia
alegre e contente
Sonhos
mil e emoções
Num
paraíso envolvente
Naquela
terra querida
Ali
vivia sorridente
Sem
percalços desta vida
Dócil
era o ambiente
Ao
tempo era pequena
Mas
grande na sua essência.
A
tranquilidade amena
Define
sua existência.
Saudades
das cerejeiras
Nas
quais subia sem pejo
Até
fartar as estribeiras
Aliviando
o meu desejo
Ó
que saudades eu tenho
D’uvas
moscatel e bastardo
Procurá-las,
o meu empenho
Estas
saudades eu guardo
As
Castanhas inefáveis
Em
seu cerne milenar
Paladares
inconfundíveis,
Não
deixarei de as citar
As
lindas maçãs e as peras
Repletas
de aroma e esplendor
Estavam
sempre à minha espera
Cheias
de perfume e sabor
O caqui
ou dióspiro
Comia
em sofreguidão
Os
figos era um suspiro
Hoje...
só imaginação
A mocidade
era um canto
Nessa
pequena cidade
A
existência um encanto
Tamanha
a felicidade
A
noite cheia de estrelas
O
luar, como era lindo,
Nas
serenatas, vinha à janela
Rosto
de mulher sorrindo
Hoje
a saudade me aperta
De
lembranças e nostalgia
Pela
decisão incerta
- Parti...
aí ficou a alegria !
24/09/2021
Armando
A. C. Garcia
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