Reminiscências...- I
O amor há muito tempo, posto em esquecimento
Não soube o coração dissimular a dor cruente
Não por faltar-lhe lembrança ou discernimento
Mas num misto de medo e alegria abrangente
Pálido, instrumento do próprio desatino
A causa de não sentir a perda da grande estima
Sua natureza ferida reluta tal destino
Sendo mais numerosas que suas forças
Seu propósito mudado, está-o confundido
Na mais profunda retaguarda do coração
Por anos a fio foste tu, perdida estima !
Desagrado pesar que em mim recordo em vão ...
A causa de sentir é grande, extraordinária
Maior na amara desventura do amor perdido
Deitada em outro leito; a si contrária
A alma cheia de
dúvida, coração oprimido
Cheio de saudade, feroz descontentamento
Qual mansa ovelha ao duro sacrifício oferecida
Liberta finalmente de mil juras ao vento
Eterno esquecimento, do que fui na sua vida !
08/12/2001 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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