Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sexta-feira, 17 de março de 2023

O Curupira (Infantil)

O Curupira (Infantil)


A estória que vou contar
Não é minha criação
É folclore brasileiro
Das matas ou do sertão

Consta que na floresta
Havia um menino peludo
Dentes verdes, pés virados
Cabelos avermelhados

Criatura horripilante
Não fosse sua bondade
Dos animais vigilante
Tornar linda a fealdade.

Conta a lenda que protege
Todo animal que lá habita
E quando um caçador herege
Que caça não necessita...

Os bichos da mata imita
Ninguém o consegue ver
Assobia, grulha e grita
E da trilha o faz perder

Os que matam os filhotes
E caçam só por prazer
Judia-os passa-lhes trotes
Ficam loucos pra valer

Diz a lenda que certo dia
-Curupira era o seu nome
Na floresta um índio dormia
E Curupira tinha fome.

Então resolve comer
Do índio seu coração
Este acorda, ouve dizer
Vou fazer dele um lanchão

O índio apavorado
Fingindo medo não ter
- Teu olhar fique fechado
Que vou-te dar tal prazer !...

No bornal tinha guardado
Um coração de macaco
- Ao Curupira ofertado
Como se dele, fosse o naco.

O índio em troca pediu
Que o Curupira lhe desse
seu coração. Consentiu!
Com a faca o peito abriu...

Porque havia acreditado
Que o índio nada sentiu !
Caiu morto, esticado.
O índio fugiu aterrado...

Jurando lá não voltar
Mal um ano se passou !...
Sua filha pediu um colar
Diferente qu’o povo usou.

O índio aí se lembrou ...
Verdes dentes do duende !
Ao tirar... o ressuscitou
- O duende, nada entende....

Quis retribuir a bondade !
Arco e flechas certeiras
Para caçar sem maldade
Foram as ordens primeiras.

E avisado não poder
Mais que para um apontar
Com bando, nunca mexer ...
Porque o iriam atacar

Um dia, todo emproado...
Quis mostrar ao povo inteiro
De nenhum disparo errado
Com seu atirar certeiro

Esqueceu o recomendado
Atirou num bando inteiro
Foi de tal forma atacado
Qu’nada sobrou do arqueiro

O Curupira tudo viu
Cheio de pena ficou
Com cola, os restos uniu
O índio inteiro montou

Em razão da tal colagem
Ao índio recomendou
Não comer ou beber quente
Se não derrete para sempre

Um dia sua mulher
Fez um prato apetitoso
Muito quente e o guloso
Se apressou em comer

Derreteu de uma só vez.
- A lenda quer nos mostrar
Que a caça predatória
Não se deve praticar.

Que Curupira só deixa
Caçar um para comer
E aquele que caça enfeixa
Da trilha o faz perder.
---------
Esqueci de acrescentar
Como Curupira tem pés virados para trás
Ninguém o consegue encontrar !...


São Paulo, 04/12/2004 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

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