OS PÁRIAS
Não
é preciso a tempera do guerreiro
Nem
a sapiência do menestrel
Nem
tampouco a gusa do ferreiro
Ou
mesmo, a hegemonia do quartel
Não
são necessárias grandes ilações
Nem
vis projetos mirabolantes
Apenas
medidas audazes, decisões
Capazes
de inserções urgentes
A
descoberto temos a miséria
Implantada
nos morros e favelas
E
o pior é que temos a mais séria
Inserida
nas ruas, pontes e vielas
Homens
e mulheres no ócio, no chão
Um
contingente de aptos obreiros
Capazes
de produzir o próprio pão
Vivem
como ratos infestos em bueiros
É
uma força que pode gerar frutos
Se
captada com cuidado e cautela
Se
retirada das pontes e viadutos
Com
amor e ternura de gazela
Vivem
em más condições e sem trabalho
Desiludidos,
consideram-se perdidos
Exauridas
suas forças, sem agasalho
Com
estômagos vazios contraídos
Só
uma boa e completa alimentação
Tem
o poder das forças restaurar-lhes
Após
um período de adequação
De
grande confiança devotar-lhes
Após
a adaptação, minuciosa triagem
Na
mudança de cada comportamento
Para
uns formidável a vantagem
Para
outros, está longe, inda o momento
Mas,
com boa seleção e entendimento
Aproveitando
as lições dos mais ativos
Esvaídos
os sintomas de esgotamento
Terão
satisfação e orgulhos decisivos
Que
vos está faltando autoridades
Observo
mil fazendas devolutas
Tiram
petróleo do mar, não são capazes
De
tirar das ruas as misérias dissolutas
Quero
expor estas verdades brasileiras
Importantes
e difíceis dilemas sociais,
Para
mostrar que, cerradas bandeiras
Deixaremos
de ser tão medievais
São
Paulo, 02/09/2008 (data da criação)
Armando
A. C. Garcia
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