Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

sexta-feira, 3 de março de 2023

No Amanhã

No Amanhã

 

Qual barco ao sabor das ondas soçobrando

Luto, estrebucho, exangue sem sentidos

Então, quero meus despojos abatidos

Com o que sobrar, as contas vão pagando

 

Sem arengas, prelação ou falatório

Quando muito, um lençol da cor da lua

Cobrindo as partes nobres, mais impudicas

A cabeça descoberta, como adjutório

 

Restos inglórios, nulos, sem lembrança

que os recorde, nem olhos para chorar

Pelo resto da escória à semelhança

Do que outrora foi sonho a naufragar

 

Depois, tudo está perfeito, em sua ordem

Inúteis despojos, que os vermes corroem

Um dia serão pó, cinza, ou quase nada

Considerai, somos hoje, o mesmo nada

 

Deus, dê-me força d’este vazio sopesar

Coragem a meu corpo e à minha alma

Para que nesta transição ao apagar

Tua luz que transfigura, dê-me a calma

 

São Paulo, 26/02/2010 (data da criação)

Armando A. C. Garcia

 

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