Queimei
os sonhos,
Queimei
os sonhados sonhos
Na minha vida de sonhos
Na minha vida de sonhos
E sem
desejo de encontrá-los,
Eu;
nem pensei procurá-los.
Sonhos
de amor, de saudade
Dos
tempos da frivolidade,
Sonhos
d’esperança, perdidos
Num
disfarce consentidos,
Sonhos
de vida perdida,
Foi
uma vida, sem vida,
Inverno
sem primavera.
Rocambolesca
quimera,
As
penas, do meu penar
Tu,
m’as fizeste aceitar,
As
mesmas que escolhestes
No
fora, que tu me deste.
Teria
sido tão diferente,
Não
fosse maldita serpente,
Que
de ti, me separou,
E
para longe me levou.
Mágoas,
só geram tristeza,
E
esta, nos deixa a certeza,
Que
nossa alma está morta
Quando
o amor nos fech’a porta.
Desamor,
pranto profundo
Em
qualquer parte do mundo,
Sonhos
cruéis que no fundo,
São frutos de amor infecundo.
Inverno
sem primavera,
Sonho
de falsa quimera,
Sem
praia e sem flores
Sem
ternura e sem amores.
Do
corpo, o sonho desliga
A
falsidade, e a fadiga
E
faz a gente pensar,
Em ardentes febres amar.
Em ardentes febres amar.
Ó
ilusão que não cansa,
Do
sonho, fazer mudança
Ao
gosto da opinião,
Que
nutre nossa paixão.
Por
defeito a natureza,
Sujeita
nossa fraqueza
A
variedade do sonho,
Nunca
real, eu suponho !
Armando
A. C. Garcia
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