Maldito ciúme
O
sangue na veia a crepitar raivoso
No
peito o coração descompassado
Arfava
em delírios os ares ansioso
Com
o orgulho ferido e alquebrado
Sua
alma cansada de sofrer curvada
No
mar de angústias, de martírios tantos
Pranto
que a desventura duplicada
Ávida
lhe trouxe num infinito manto
O
ciúme, monstro negro que traz crueza
A
desgraça, a desventura o desamor
No
espaldar das forças da natureza
De
braços cruzados ostenta o furor
Que
vai ruminando a mente, a razão
Profunda,
gigante a mágoa que cria
O
inferno em brasa em seu coração
É
presa do abutre que o demônio envia
Num
instante não lembra, no outro desperta
Abismos
sombrios rondam-lhe a mente
A
porta principal, deixou entreaberta
Passa
horas cismando inconveniente
Traçando
planos, conjecturando maldade
Se
os seus sentimentos não puder refrear
Certamente
cairá na criminalidade
O
amor que sentiu, hoje é ódio a açoitar
E
do profundo *pélago que a ira expele
Sangrento
cotejo a vingança atiça
Empunha
o revolver, aponta pra ele
Fechou-se
a cortina, caiu a premissa.
· Abismo
São Paulo, 09/02/2013
Armando A. C. Garcia
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