Acepipes
principescos
D’acepipes
principescos
No menu do Maranhão
Banhos
de sol e refrescos
Tonelada
e meia de camarão
Como
se tal não bastasse
Oitenta
quilos de lagosta
E, pra que nada faltasse
Um
milhão. Eis a resposta
Patinhas
de caranguejo
Só,
setecentos e cinquenta quilos
Não
sei explicar de queijo
Mas
de peixe, dois mil quilos
D’carne, cinco toneladas
Do
guaraná marca Jesus
Dois
mil e quinhentos litros
Cinquenta
caixas de bombons.
Finos
canapés de salmão
E
coquetéis de mariscos
Empanadas
de camarão
E
caviar. Eis os petiscos.
Regados
a vinhos importados
Franceses
ou portugueses
Italianos e,
aprimorados
Com
os champanhes Franceses
Como prato principal,
No menu: filé mignon
Ao molho de gorgonzola,
E, também à provençal
Pato ao molho laranja
Carne de carneiro e cabrito,
Tem risoto de lagosta
Caldeirada de camarão,
Um bacalhau com natas,
E um risoto de peru.
Comporiam as magnatas
Receitas desse menu.
Afronta ao assalariado
Deste povo miserável
Onde a compra no mercado
Mal dá pro indispensável
Arroz, feijão e farinha
O ovo e o macarrão
Pão e café, na cozinha,
Um dia tem, outro não .!
Ver este tal de absurdo
País em desenvolvimento
Nosso governante, é surdo
Ou tem, cabeça de jumento
No grão estilo de vida
O governante se esquece
Que sua atitude é medida
Por aquele que desmerece
Nosso povo mal nutrido
Sem pão, e sem moradia
É do governo esquecido,
A quem dá tanta regalia.
Cala por medo, ou vergonha
Sem um grito de rebeldia
E numa esperança visonha,
Sem poder, dá mordomia !
Desperta meu povo querido
É hora de dizer basta
Teu civismo adormecido
Há meio século se arrasta !
Porangaba, 10/01/2014
Armando A. C. Garcia
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