Maquiavel
Na força suprema em que nasceu um dia
Malgrado a influência dos ensinos seus,
A obra maquiavélica, inda viria
Nortear costumes nossos, de tempos seus.
Pondo a nu os instintos que a cobiça atiça
Justifica meios, que levam ao fim
Não antevendo os princípios de justiça
Na doutrina que ao Rei ensina assim:
Direito-força, sua força é expressão
Que ao príncipe sugeriu em sua obra
Para uso indiscriminado da razão
Pois razão para usá-lo, tem de sobra.
Não há lei em sua obra para o rei
Nem valores, que seu título não sobreponha.
Para o político, o vale tudo é a lei
Não importam os meios serem sem vergonha.
A ciência que apregoa em sua arte
É o engenho do embuste e da trapaça
Procurando recursos em toda a parte
Na amizade que não existe. Mas disfarça!
Os passos, desta matéria, que perigosos são...
Foram galgando os móveis da alma humana
Que os políticos acham-se com força de leão
E da raposa, a velha astucia e manha.
S.P. 1965 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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