Senhores Políticos
Vós que tendes na mão o destino da
nação
Acordai, não durmam no ninho da esperança
Acordai, não durmam no ninho da esperança
A senda é tortuosa e a viagem
trabalhosa
Cuidais ver a luz, vossa cegueira em
vão
Falta-vos a terra sob os pés e
confiança
Para fazer esta nação, mais grandiosa
Irmãos do norte vitimados pela seca
Outros no sul, massacrados futilmente
Caindo ao chão, pela mão da crueldade
O tenebroso véu do mal, corre ceca e
meca
E vós, que poderíeis conter essa
corrente
Deixais aumentá-la pela impunidade.
O fogo que abrasa, o nordeste dizima
Pela incúria nas obras interminadas
Os canais do velho Chico adormecidos
Aos pés da seca, rio abaixo, rio
acima
Fruto de negras ilusões inexplicadas
Mistérios não revelados e conhecidos
O nordeste segue a viagem dos
desertos
Na senda tortuosa do árido chão em
fogo
Apenas cáctus sobrevivem à cálida
seca
Os gados morrem, da fome não são
libertos
Inanimados, sem água e alimento, mais
logo
Não haverá sequer uma rés no sertão
do jeca
Ao invés de ser perdida inutilmente
A esperança desse povo nordestino
Velho conto dos canais do São
Francisco,
Fazei correr água no árido chão. Ó
gente !
Haverá sombras de arvoredo, novo
destino
E de novo o gado voltará ao aprisco !
No sul é preciso acabar com a
bandidagem
Que tornou-se um poder paralelo ao estado
Fazendo justiça de verdade e não
lorota.
Diz que se condena, pura libertinagem
Sem cumprir a pena, decreto negado
E a impunidade gera novo pecado.
Que do sangue pelas ruas, em vão
espalhado
Não fique impune, o que o pranto
derramou
Os parentes das vítimas vertem
lágrimas
Que o olho humano não se ofusque ao
lado
E seja firme para com o degenerado
Pelo seu destempero nas horas
*agrimas
Ele não tem a menor comiseração
Com a vítima que teve o azar de com
ele cruzar
E expelindo sua raiva, seu ódio e rancor
No seio de sua ignorância indomável
Torna-se bruto capaz de sua mãe matar
Justiça! É o termo certo ao desamor !
Está em vossas mãos o povo fazer-se
ouvir
Seu clamor nas ruas bem o demonstrou
Quebre-se a fronte, sem que caia o
homem
Tendes a lei em vossas mãos, podeis
bulir
A inércia far-vos-á retrato que
sobrou
Duma
nação que os políticos consomem.
· Ódio; raiva
Porangaba,
18/08/2013
Armando
A. C. Garcia
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