Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

quinta-feira, 13 de março de 2014

Caçador veterano

Caçador veterano
  

Seu Eufrásio, caçador veterano
Toquinho, seu fiel cão perdigueiro
Nas caçadas ele, sempre o primeiro
A açular a caça no monte ou plano

Por isso toquinho entre os demais cães
Era o preferido do velho caçador
Ao qual dedicava carinho e amor
E dava sempre pedaços de seus pães

Mas o tempo, desassociou a amizade
Aos poucos Seu Eufrásio já não via
O toquinho como o que melhor agia
E passa a tratá-lo com crueldade

Deixando de colocar sua ração
De trocar a água do recipiente
E um dia, já tão indiferente
Deixou o fiel na rua, sem razão

Toquinho, pelas ruas do bairro vagou
Como cão errante que não tem dono
Até que no umbral da porta veio o sono
No dia seguinte o pesadelo continuou

Seu Eufrásio impassível, nem ligou
Ao ver o sofrimento de toquinho
Sequer o alojou ou deu carinho
O que foi seu fiel amigo, afastou!

Certo dia, Seu Eufrásio foi caçar
Lembrou-se de procurar o toquinho
Levou-lhe pão e pedaço de toucinho
E voltou seu cão a acariciar

Convidou-o para nova caçada
Toquinho sua raiva não demonstrou
Seu Eufrásio, numa perdiz atirou
E quando já pensava comê-la assada

Toquinho sem pressa a localizou
E ali mesmo, ele se banqueteou
Pela primeira vez, ele não voltou
Foi aí, que Seu Eufrásio se tocou

Dias se passaram, e como cão vadio
Pelas ruas, abandonado à sua sorte
Toquinho passou privações de morte
Certo dia, Seu Eufrásio, sentiu vazio

No seu peito, saudades de toquinho
Cruzou parques, ruas e avenidas
Com o coração e a alma feridas
Não suportava ter ficado sozinho

Caminhou dias e dias procurando
Aquele que tratou com tanto desprezo
Certo dia levantou cedo, ficou surpreso
Toquinho vinha dormir à sua porta

Seu Eufrásio ao ver toquinho dormindo
Abriu de par em par a sua porta
Porém, toquinho, como coisa morta
Não entrou. Seu Eufrásio, então sorrindo

Foi-se acercando, com amor e carinho
Aos poucos reconquistando confiança
Foi aí, que sentiu quanta importância
É manter a amizade com toquinho !

São Paulo, 13/03/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia 


Obrigado por visitar meu Blog.

Nenhum comentário:

Postar um comentário