Bem vindo à Brisa da Poesia!

Espargindo fragrância nas mal dedilhadas letras, levo até vocês, uma amostra tecida no rude tear da minha poesia! Espero que o pensamento exteriorizado nos meus versos leve até vocês momentos de deleite e emoção!
Abraços poéticos, Armando A. C. Garcia
São Paulo, 06/08/2011

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Frágeis habitações



Frágeis habitações


De pedaços de madeira, as frágeis habitações
Numa massa irregular de pequenas dimensões
E nas nebulosas vielas sem arruamentos
Apinha-se o ser humano, em busca de aposentos

No local alastra-se um lençol de lama e barro
Entre um casebre e outro, não passa um carro
Triste cidade ! Mundo de favelas irregulares
Para o que busca novos horizontes, agregares !

Assim vivem, qual tribo de nômades andantes
Na dimensão do nada, caminham flutuantes
Na correnteza infausta do infortúnio e medo
Os sonhos tão distantes, da alma são segredo

No mórbido ambiente, o denso ar prolixo  
Tem cheiro nauseabundo ascoso e fixo
Tudo ali é esquálido, sórdido, desalinhado
Na sujeição submissa ao porte do coitado

Toda a fiação elétrica, sofre *gatos após gatos
Nas pútridas águas a céu aberto, proliferam ratos
De todas imundícies, dos excrementos fecais
Restos de comida, barro e argila dos aluviais

À noite, no escuro, o silêncio é tenebroso
A soturnidade cheia de mistério escabroso
Paira nas sombras dos becos sujos, imundos
Na calada da noite, gritos de alerta profundos

As frágeis habitações de pedaços de madeira
Inesperadamente viraram enorme fogueira
Em questão de minutos foi dizimada a favela
Uns dizem curto circuito, outros luz de vela

A degeneração da política pública
Não atende o miserável, não ouve a súplica
Tendo levado ao caos inúmeras famílias
Ao inverso das faustosas mansões de Brasília

Assim, o hipossuficiente denegrido à sorte
Busca outro local no absurdo de sofrer
Cata umas madeiras para edificar seu barraco
A matéria vacila, mas o espírito não é fraco

A desigualdade leva a desagregação
Ao social panorama trágico da nação
Tomou conta a violenta criminalidade
Numa espiral de violência sem igual !

Num clima de guerra vive hoje o cidadão
Sai de casa para trabalhar, ganhar o pão
Mas não sabe se volta vivo, eis a questão

Porque a violência, impera no seio da nação !



São Paulo, 24/04/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
                                                          
*desvio de energia; furto

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domingo, 20 de abril de 2014

P Á S C O A (Replay)

P Á S C O A     (Replay)


Para salvar a humanidade do pecado
O filho de Deus, veio à terra feito homem
Na sua trajetória, ressuscitou, alçado
Aos céus, após imolado na cruz. Amém

Foi por ocasião da Páscoa, que ocorreu
O milagre da ressurreição e da vida
Nessa via, o filho de Deus, não morreu
Mas sentiu a esperança e a alma dolorida

Pela humanidade, imolado na cruz
Padeceu Ele um sacrifício ingente.
Foi cordeiro de Deus, seu filho Jesus
Que veio ao mundo na figura de gente

Para indicar o caminho da salvação
Jesus, dando a vida, venceu a morte
Revelando ao mundo sua ressurreição
Num sentido profundo de fé e norte.

Seu gesto de misericórdia e compaixão
Exala perfume que envolve o planeta
Levando a cada criatura compreensão
No feixe de luz que irradia e projeta

Reconfortou multidões, caminho afora
Fez paralíticos voltarem a andar
Depois da grande noite sem aurora
Fez cegos enxergarem e mudos falar


O balsamizante perfume dos espinhos
E dos pregos que o imolaram na cruz
Haverão de suavizar os teus caminhos
A cada pensamento de amor para Jesus !

O reino de Seu Lar em paz resplandece
Luzindo no firmamento estrelas de flores
Bendita seja a tortura que engrandece
E cobre as torpezas, de nós pecadores !

São Paulo, 18/03/2008
Armando A. C. Garcia

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Tua Benção Sublime e Santa

Tua Benção Sublime e Santa


Envolve-nos no Teu manto suave e brando
Cheio de encantos e poderes sacrossantos
Tua benção, sublime e santa; aguardando,
Não nos deixes na dor, enxugando o pranto !

De Teu eterno mistério, lá no infinito
Contempla o sofrimento e a aflição
Aos irmãos desvalidos, Teu amor bendito, 
Estende Teu olhar, dá-lhes consolação.

Senhor Deus ! Criador do imenso Universo
Onipotente, onipresente, ubíquo
Afasta de nós tudo que seja adverso
O malicioso, o dissimulado, o oblíquo

Dá-nos Tua paz e a semente do Teu amor
Que diante de Ti, se prostre nosso coração
Nossa alma Te louve com imenso fervor
Repleta de harmonia e satisfação !

Num verdadeiro sentimento de ternura
Na caminhada acúlea da existência
Teu perfume nos balsamiza de ventura
Superando os obstáculos com paciência.

Porangaba, 19/04/2014  (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Homenagem ao dia do Índio (replay)

Homenagem ao dia do Índio (replay)


Sua identidade perdida,
Suas terras circunscritas
Sem encanto, sua vida
Ao tempo dos Jesuítas.

Sendo o índio guerreiro
Domesticado qual gato
Como um galo no poleiro 
É sombra do seu retrato

Numa extensão de elite
Montavam as suas ocas
Quando a caça no limite
Mudavam todas as tocas

Felizes, aqueles nativos, 
Cuja terra era só sua
Homens brancos, atrevidos
Na verdade, nua e crua

Tomaram conta das terras
Afastando-os para longe.
Dizimados nessas guerras
Os índios aceitam o monge

Aos poucos catequizados 
Da cultura, separados
E, assim, foram dizimados
Cada vez mais empurrados

De seus cantos e encantos
Perdendo a caça e a pesca
A floresta tem seus mantos
Com fontes de água fresca

Dia após dia empurrados
Cada vez para mais longe
Mesmo já catequizados
Passam a duvidar do monge

Esse choque cultural
Prejudicou todas as tribos
Desde a vinda do Cabral
Fizeram do índio um chibo

Os poucos que ainda restam
Perderam a organização
Da raça não manifestam
O senso duma nação

Do jeito que Deus criou
Na santa mãe natureza 
Dela o homem te desviou
Devolva-te à singeleza

Nesta homenagem singela
Meu preito e admiração
À nação mais pura e bela
Vítima da espoliação !

São Paulo, 19/04/2012
Armando A. C. Garcia

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Liberta meu coração

Liberta meu coração


Liberta meu coração
Das garras da iniquidade
Abre as portas da razão
Da luz e da claridade

Tu, és o Rei da glória
Da providência Divina
Guia minha trajetória,
Com Teu farol a ilumina

Liberta meu coração
Da maldade e injustiça
Pois está em Tua mão
A vitória desta liça

Só Tu, ó Rei do universo
Tens o poder e o domínio
De afastar o adverso,
Mau-olhado e o fascínio

Liberta meu coração
Dá-lhe entendimento e paz
Está em Ti a coesão
Duma harmonia eficaz

Ó Deus de infinito amor
Em Tuas mãos meu destino
Eu coloco com fervor
E de Jesus, o Palestino

São Paulo, 16/04/2014 (data da criação)
Armando A. C. Garcia


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terça-feira, 15 de abril de 2014

Desejo inconsciente



Desejo inconsciente





Antojou* a vida inteira a figura

Abstrata daquela linda mulher

Emoldurando num quadro a conjectura

Do desejo inconsciente do querer



Sua imaginação estava torturada

Imbele** das falsas visões dum só encanto

Cansado de lutar pela linda fada

Da dor e da saudade fez seu manto !  



                                       *  representar na imaginação

                                                                              ** fraco



São Paulo, 15/04/2014
Armando A. C. Garcia
 
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terça-feira, 8 de abril de 2014

A chave do cofre !...

A chave do cofre !...


Não se derramam lágrimas sem sentido
Quando o coração sente, a alma chora
A dor, dor pungente, não vai embora
Fica albergada ao pé do ouvido     

Não se pranteiam lágrimas ao desalinho.
Uma janela aberta para o mundo
É a razão do sentimento profundo
Daquele que trilha o reto caminho

A esperança é alívio da saudade
Ninguém perde a coragem sem razão
Após o dia, surge a escuridão
Mas logo após... o dia, a claridade

A excelsa preeminência é a vida
O sentimento é lavra do Ser humano
É o recato, é a timidez ao profano,
Incompleto à eterna despedida

O sustentáculo da vida é o amor
Sutil flama que em nós se derrama
No vigor potente, que o sangue inflama
Como na singeleza pura duma flor !

Mil desatinos de insaciável desejo
Que a mente alimenta e o coração sofre
São para a alma, como a chave do cofre
Que alberga a mágoa que ora antevejo

O juízo universal, no amor consiste
Se é tudo que no mundo acreditamos
Porque então, muitas vezes odiamos
E não no dever, que na lei de Deus existe!

São Paulo, 08/04/2014  (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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